Serra em SC: 3 das estradas mais incríveis do Brasil são catarinenses

Algumas estradas no Brasil são famosas pelos seus traçados e/ou pela paisagem que as cercam. Na região Sul do país, três delas são vias que cortam diferentes pontos de serra em SC. Vistas em um mapa, alguns de seus trechos parecem o desenho de um eletrocardiograma, tamanha quantidade e sinuosidade de suas curvas.

Imagine que algumas dessas estradas foram abertas por desbravadores ou comunidades que precisavam interligar diferentes regiões do Estado. Isso em uma época com pouca tecnologia e muito trabalho braçal.

Pela história que representam e pelas paisagens que as cercam, vale a pena colocar no roteiro essas três serras catarinenses. Por questões de segurança, atente-se à recomendação de não transitar por elas em dias de muita neblina ou fortes chuvas. Em um passeio cauteloso, desfrute dessa experiência de ziguezaguear cânions e montanhas.

1. Serra do Rio do Rastro

Serra do Rio do Rastro – Foto: Cristiano Estrela/Arquivo/Secom/ND

A estrada da Serra do Rio do Rastro é uma das mais famosas do Brasil. Ela é um trecho da rodovia SC-390, que liga a cidade de Lauro Müller, no Sul de Santa Catarina, à serrana Bom Jardim da Serra.

Em apenas 12 quilômetros de extensão há um total de 300 curvas e subidas íngremes, entre penhascos e montanhas, até que chegue ao seu topo. Neste ponto, você estará a 1.500 metros de altitude em relação ao nível do mar, já no município de Bom Jardim da Serra e poderá observar do alto o caminho percorrido.

Embora com curvas muito sinuosas, que exigem extrema cautela, essa serra em SC é famosa por conta do seu desenho, entrecortando a montanha, e pela magistral paisagem que a cerca.

Ao longo do caminho, há vários pontos de contemplação onde é possível parar e apreciar a vista. O Mirante da Serra do Rio do Rastro é o mais estruturado deles. Ele fica na parte plana da serra, já em Bom Jardim da Serra.

Em dias de céu limpo, sem neblina, é possível enxergar até uma faixa azul de mar. É da cidade de Jaguaruna, a 100 quilômetros de distância. Pela manhã a visibilidade costuma estar melhor e a visão é privilegiada. Portanto, programe-se para estar por lá nesse período.

O mirante fica aberto ao público todos os dias e conta com estacionamento. Junto a ele há um posto da Polícia Rodoviária, banheiros públicos, dois quiosques e um café restaurante. Você também encontra no local a Associação Bonjardinense de Artesãos.

2. Serra do Corvo Branco

Serra do Corvo Branco – Foto: Serra do Corvo Branco/Divulgação

A estrada da Serra do Corvo Branco é um trecho da rodovia estadual SC-370. Foi ela a primeira a ligar o litoral à Serra Catarinense. Sua construção começou no final da década de 1950, mas só foi inaugurada oficialmente nos anos de 1980.

Sua extensão total é de 57 quilômetros e interliga Grão-Pará a Urubici. É uma das mais famosas e também radicais, de onde se pode ter uma das vistas mais bonitas do Estado.

Entre enormes paredões rochosos e precipícios, são quase 28 quilômetros de subida, do início da estrada, em Grão-Pará, até a fenda na rocha, o ponto mais famoso dessa serra em Santa Catarina e cenário de muitas fotos.

A fenda é um vão que foi feito para dividir uma rocha em duas partes para que a estrada pudesse passar. São 90 metros de altura de paredão rochoso dos dois lados. Trata-se do maior corte em rocha feito em todo o Brasil. Ela é também o marco de divisão entre os dois municípios. Passando a fenda, a estrada já adentra a serrana Urubici.

Neste ponto da estrada, próximo ao vão rochoso, está instalado o Parque Altos do Corvo Branco. O empreendimento possui dois mirantes com vista panorâmica. De um deles é possível ter uma visão panorâmica das curvas mais acentuadas da Serra do Corvo Branco e do Vale do Rio Canoas. Do outro, a experiência é mais radical.

Em formato de passarela, o mais famoso dos mirantes se estende a mais de 11 metros pelo desfiladeiro e é inteiramente de vidro. Dele também se consegue ver algumas curvas dessa serra em Santa Catarina, o Cânion Espraiado, o Campo dos Padres e toda a vastidão verde aos seus pés.

3. Serra da Rocinha

Serra da Rocinha – Foto: Arquivo/ND

A BR-285 é a rodovia responsável por interligar o litoral Sul de Santa Catarina ao estado vizinho do Rio Grande do Sul. Partindo de Araranguá, ela se estende por 744 quilômetros até chegar em São Borja (RS), na fronteira com a Argentina.

Um trecho de apenas 13 quilômetros dessa extensa rodovia é especialmente famoso, pois se trata de uma das mais bonitas serras em Santa Catarina: a Serra da Rocinha. A estrada liga as cidades de Timbé do Sul, em Santa Catarina, a São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul.

Quando o caminho terminar, já no estado vizinho, você terá subido mil metros de altitude e estará a 1.230 metros acima do nível do mar, nos campos de cima da serra gaúcha. O trajeto atravessa por entre as íngremes escarpas da Serra Geral.

A história da região da Serra da Rocinha tem longa data e remonta à época da travessia dos tropeiros, que conduziam gado do sul do Brasil ao sudeste.

De acordo com alguns registros históricos, foram eles que abriram, por volta de 1730, a primeira trilha que cortava o Cânion da Serra Velha, onde hoje é a Serra da Rocinha. O trajeto era chamado de Caminho dos Conventos. Passados 200 anos, a comunidade de Timbé do Sul se uniu para construir a estrada, que foi oficialmente inaugurada em 1942.

Já no estado do Rio Grande do Sul, você encontrará um mirante, simples e sem infraestrutura, de onde é possível avistar a serra, serpenteando os paredões rochosos, e também os imensos cânions da região.

Desde 2017, o lado catarinense da Serra da Rocinha está em obras para o asfaltamento da via. A previsão é de entrega completa em 2023. Por esse motivo, essa serra em Santa Catarina passa por algumas restrições de horário.

O trânsito é liberado de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30 para quem sobe de Araranguá ao Rio Grande do Sul, e das 7h30 às 18h para quem vem do estado vizinho a Santa Catarina. Nos sábados e domingos, a via fica interditada.

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