Operação em Paranaguá cumpre mandados de prisão, busca e apreensão contra suspeitos de narcotráfico interestadual e internacional


Ação ocorre na manhã desta quinta-feira (4). 500 policiais e 25 auditores da Receita Federal participam da operação, que ocorre simultaneamente em oito estados. Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Civil do Paraná deflagra Operação Downfall
PCPR
A Polícia Federal (PF), Receita Federal e Polícia Civil (PC-PR) cumpriram mandados em uma grande operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (4) na região do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional e interestadual de drogas no país.
De acordo com a PF, a região do porto era utilizada para movimentação de droga por um grupo criminoso, que exportavam grandes quantidades de cocaína e outros ilícitos por meio de contêineres. No exterior, o destino das drogas eram os portos da Europa, segundo a investigação. Leia mais abaixo.
A Operação Downfall tem o objetivo de cumprir 117 ordens judiciais, sendo 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão em endereços, além do Paraná, em Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.
Até a publicação desta reportagem, a Polícia Federal não tinha informado quantas pessoas tinham sido presas nem a quantidade de drogas e materiais apreendidos.
A ação conta com 500 policiais e apoio de 25 auditores da Receita Federal.
De acordo com a PC-PR, também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores e aplicações financeiras em um valor estimado em mais de R$ 1 bilhão.
*Reportagem em atualização.
Narcotráfico internacional
Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Civil do Paraná deflagra Operação Downfall
PCPR
A investigação revelou que a organização criminosa possuía uma estrutura para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, com produção de droga no exterior e ingresso e transporte dentro do Brasil, distribuição no país e preparação e envio de cocaína utilizando o modal marítimo.
A droga tinha como principal destino os portos da Europa, por isso, o crime acontecia principalmente na região de Paranaguá, onde exportavam grandes quantidades de cocaína.
Segundo a PC, o grupo ocultava a droga em cargas lícitas, refrigeradores de contêineres e até uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimento submerso dos navios, entre outros métodos.
Foram apreendidos carregamentos de cocaína, prisões em flagrante e apreensões de droga no decorrer da investigação, um total de 5,2 toneladas de cocaína.
Além disso, o lucro estava sendo usado para investimentos da estrutura do grupo como compra de aeronave, barcos, empresas, imóveis, armas e munições.
A lavagem de dinheiro também foi investigada pela operação, como o investimento no setor imobiliário no litoral de Santa Catarina, com aquisição de apartamentos de alto padrão e financiamento de outros empreendimentos.
As construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema também foram alvos da ação, pois, de acordo com a investigação, as empresas são suspeitas de realizarem negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados.
Também constataram na investigação o pagamento de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie.
Investigação
Segundo a polícia, a investigação começou para apurar crimes de homicídio na cidade e o aumento de violência relacionado a disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.
Ainda de acordo com a polícia, um dos criminosos mais procurado do Paraná, seria o responsável por financiar as mortes, fornecendo armas e munições. Ele responde por tráfico de drogas, associação ao tráfico, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
Ele estava foragido desde 2016 e foi preso em 2021.
A polícia também afirmou que o líder da organização atuava no tráfico internacional de drogas.
Além disso, a investigação constatou que a organização criminosa teria relação ao atentado com incêndio em dois carros na Delegacia de Polícia de Matinhos, também no litoral do estado, em 2020.
Os veículos estavam envolvidos num duplo homicídio ocorrido em Matinhos em abril de 2020.

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