Prefeitura de SP registrou boletim de ocorrência por suspeita de vacinação em nome de Bolsonaro

A prefeitura de São Paulo registrou um boletim de ocorrência por falsidade ideológica, em 9 de janeiro, depois de verificar no sistema que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou uma dose de vacina contra a Covid-19, na UBS (Unidade Básica de Saúde) Parque Peruche, zona Norte da capital.

Segundo o registro no sistema online de controle de vacinação estadual, o Vacivida, em 19 de julho de 2021, Bolsonaro teria recebido uma dose da Janssen, validada pelo Ministério da Saúde. As informações são do R7.

Segundo o sistema de controle de vacinas contra a Covid-19 de São Paulo, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria tomado vacina contra a doença em 2021 – Foto: Reprodução/ Instagram Jair Bolsonaro

O CPF utilizado no cadastramento, de fato, também pertence ao político. Na época, o certificado de vacinação pelo sistema ConectSUS foi emitido. O processo ocorre de forma automática.

Entretanto, segundo o boletim de ocorrência, ao qual a reportagem teve acesso, “foi feito o rastreamento do lote e verificado que o município de São Paulo não recebeu o lote acima mencionado e a profissional registrada como suposta vacinadora nunca trabalhou na referida unidade de saúde”. A prefeitura também alega nunca ter realizado o atendimento do ex-presidente.

“Por se tratar de uma ocorrência envolvendo um órgão federal e por já existir uma investigação em curso pela Controladoria Geral da União, a Polícia Civil solicitou à Justiça que o caso fosse remetido à Polícia Federal, sendo o pedido deferido em 27 de março”, informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) por meio de nota.

Procurada, a assessoria de imprensa do ex-presidente não retornou até a publicação da reportagem. Na quarta-feira (3), Bolsonaro afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reforçou não ter tomado o imunizante por “decisão pessoal”.

Alvo da Polícia Federal em operação

A casa do ex-presidente foi alvo da Polícia Federal durante uma operação para investigar a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.

A PF também apura possíveis adulterações nos documentos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, da filha mais nova do casal, Laura, do deputado federal Guttemberg Reis (MDB-RJ), do tenente-coronel Mauro Cid e da filha dele.

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