Operação Mensageiro: vereadores de Itapoá votam abertura de impeachment de prefeito

A Câmara Municipal de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina, vai votar nesta sexta-feira (5) a abertura do processo de impeachment do prefeito do município, Marlon Neuber (PL). Ele virou réu na Justiça como consequência da operação no último dia 27 de abril.

Comissão do município entendeu que o prefeito violou gravemente as leis e a Constituição – Foto: Divulgação/ND

A sessão extraordinária é aberta ao público, e os cidadãos interessados podem acompanhar as discussões e votações que ocorrerão no plenário da na sede do Legislativo Municipal a partir das 18h.

Neuber é suspeito de receber propina para favorecer empresa de saneamento na prestação de serviços na cidade. Ele foi preso em 9 de dezembro de 2022, na 1ª fase da investigação.

Em março, a Câmara de Vereadores da cidade, que tem uma CPI em andamento sobre os contratos com a empresa investigada pela Mensageiro, aceitou o pedido de afastamento solicitado pelo próprio Neuber. Assim, a medida garante que o prefeito, mesmo preso, não perca o mandato.

A votação vai decidir sobre o recebimento de denúncia feita pelo vereador Tiago de Oliveira (PL) contra Marlon. A denúncia apresentada pelo vereador foi baseada no relatório final da CEI (Comissão Especial de Inquérito)

A CEI da Câmara concluiu seus trabalhos e votou o relatório final na última sexta-feira (28), em que foi indicada a abertura de processo de impeachment do prefeito Neuber.

No relatório, a comissão entendeu que o prefeito violou gravemente as leis e a Constituição, bem como o “dever de honestidade e probidade exigido dos agentes públicos”.

Entenda a Operação Mensageiro

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) conduz uma ampla investigação acerca da empresa de saneamento Serrana, agora chamada Versa Engenharia Ambiental. A investigada atende várias cidades do Estado, onde há suspeitas de corrupção no serviço de coleta de lixo.

Segundo o MPSC um funcionário da empresa, chamado de “Mensageiro” na investigação, era responsável pela entrega das propinas aos prefeitos. Por ter feito acordo de delação premiada, o nome do funcionário não pode ser divulgado pelo Grupo ND por proibição judicial.

Esta é a 4ª fase da Operação Mensageiro, que apura suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.

As novas ordens judiciais expedidas foram cumpridas nos municípios de Imaruí, Presidente Getúlio, Três Barras, Gravatal, Guaramirim, Schroeder, Ibirama, Major Vieira, Corupá, Bela Vista do Toldo, Braço do Norte, Massaranduba.

Os mandados foram requeridos pelo MPSC após a análise dos depoimentos de testemunhas, dos investigados e das provas coletadas nas primeiras fases da Operação.

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