Florianópolis é 2ª capital com maior alta no preço da cesta básica, afirma Dieese

A cesta básica de Florianópolis teve o segundo maior aumento entre as capitais do Brasil, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O crescimento de 3,65% só não foi maior que em Porto Alegre, onde houve um crescimento de 5,02%. Segundo o levantamento, o morador da capital catarinense pagou R$ 769,35 pelos produtos básicos em abril.

Morador de Florianópolis pagou R$ 769,35 pela cesta básica em abril – Foto: Leo Munhoz/ND

A alta foi puxada por produtos como o tomate, que registrou o segundo maior crescimento do levantamento, com 28,33%. Nesse item, Florianópolis também ficou atrás apenas de Porto Alegre, onde o produto ficou 35,69% mais caro.

Em seguida, a batata ficou 4,93% mais cara no Estado. E o custo do feijão também encareceu em todas as capitais, sendo que em Santa Catarina registrou 1,92% de alta.

A economista do Dieese, Cristina Vieceli, explica que a elevação no preço do tomate ocorreu principalmente pelo fim da safra de verão. Segundo ela, no caso da batata houve um aumento da demanda devido à Semana Santa e aumento das chuvas em abril.

De acordo com Vieceli, produtos como o trigo podem ter o preço influenciado negativamente pela permanência da Guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias logísticas. Ela destaca a possibilidade de que a chegada do frio e possível ocorrência de eventos extremos causem novos aumentos no custo da cesta básica.

“Os preços dos alimentos possuem uma variação bastante sazonal. Dessa forma, mudanças climáticas como o frio e as chuvas extremas podem contribuir para quebras de safra e redução da oferta, que leva ao crescimento dos preços”, explica a economista.

Preços podem baixar a médio prazo, diz especialista

A especialista afirma que, a médio prazo, se observa uma desaceleração no crescimento do preço dos alimentos.

Conforme o Dieese, o açúcar refinado não teve mudanças significativas no preço em abril. No entanto, seguida de uma tendência nacional, Florianópolis foi a capital que registrou a maior redução do preço em 12 meses, com 13,92% de barateamento.

“Há fatores que implicam na redução do preço dos alimentos, como a redução da taxa de câmbio que reduz o preço dos insumos importados”, completa a economista do departamento.

Alta na gasolina pode interferir no preço da cesta básica

A economista explica ainda que o aumento no preço da cesta básica pode interferir na alta da inflação. No entanto, o reflexo da inflação na área de transportes, como o combustível, também pode interferir no custo dos alimentos.

Em Santa Catarina, os preços ligados aos transportes subiram 1,31%, puxados pela gasolina, que aumentou 7,3%. Já o preço do etanol se manteve estável e o do diesel teve queda expressiva, de menos 10,5% no custo. As informações são do boletim da Esag (Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas) da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), divulgado nesta terça-feira (2).

Municípios da Grande Florianópolis figuraram entre os maiores preços no ranking do custo da gasolina em Santa Catarina segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil). O preço médio gira em torno de R$ 5,89 o litro, mas pode chegar a R$ 6,08 na região.

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