Por que rendimento do aluguel na Grande Florianópolis estagnou? Especialista explica

Quem compra imóveis na Grande Florianópolis pensando em alugar pode sentir a estagnação no rendimento do aluguel na região. Diante de dados que apontam Santa Catarina como o Estado com o metro quadrado mais caro do país, uma economista explica as razões para o movimento para quem quer lucrar com a venda.

Preço médio do metro quadrado em Florianópolis está entre os mais caros do país, o que afeta o rendimento do aluguel – Foto: Leonardo Sousa/PMF/Divulgação/ND

Em São José, na Grande Florianópolis, o metro quadrado alugado custa, em média, R$ 42,05. A rentabilidade do aluguel no município da Grande Florianópolis é de 6,46%, o que coloca São José em 9º lugar no ranking.

Já Florianópolis, apesar de sétima entre as capitais e 19º entre os municípios do Brasil, com uma rentabilidade de 5,67%. Os dados são do índice FipeZap+, divulgado na terça-feira (16).

No entanto, tanto São José quanto Florianópolis caíram posições no ranking de aluguéis que mais rendem em comparação com junho de 2023. No ano passado, São José ocupa a 5ª posição no Brasil entre os municípios com a maior rentabilidade, 6,43%.

Florianópolis, que no ano anterior ocupava a 14ª posição, com 5,64%, no ranking de rentabilidade no aluguel, caiu quatro posições e foi para o 18º lugar.

Economista explica estagnação do rendimento do aluguel

Segundo a economista Laura Pacheco, do Instituto Brasileiro de Finanças, a estagnação da rentabilidade do aluguel está ligada ao aumento no preço de venda de imóveis em Santa Catarina.

Em um ano, no mesmo período em que o rendimento de aluguéis em São José e Florianópolis estagnou, o valor do metro quadrado do imóvel a venda avançou.

O valor médio do metro quadrado do imóvel à venda em São José passou de R$ 6.655 para R$ 7.616, em um ano. O aumento fez o município da Grande Florianópolis passasse da 20ª posição para a 18ª no ranking de metros quadrados mais caros do Brasil.

Em Florianópolis, o aumento do metro quadrado também ocorreu: em um ano, o valor passou de R$ 10.211 para R$ 11.340, o que fez a capital catarinense ir da 5ª para a 4ª posição no ranking.

O que uma coisa tem a ver com a outra?

A economista explica que, quanto maior o preço da compra do imóvel, menor será o lucro para quem deseja alugá-lo.

“Em geral, quando o imóvel vai ficando muito, muito caro, acaba sendo mais difícil rentabilizar. Tanto que pensando em estratégias de investimento no mercado imobiliário com o objetivo de fazer renda, faz muito mais sentido comprar imóveis mais baratos do que imóveis mais caros”, explica.

Segundo ela, em um contexto em que o rendimento do aluguel não acompanha o aumento no valor de venda dos imóveis para morar, quem se beneficia é o inquilino.

“Vale a pena alugar na perspectiva de quem está alugando, porque para quem é proprietário do imóvel, quanto mais alto o preço do imóvel, mais difícil ele rentabiliza percentualmente pelo preço que vale o imóvel”, pontua.