Sociedade civil e políticos pressionam Arteris por melhorias na BR-101

Políticos da Grande Florianópolis e entidades da sociedade civil organizada aproveitaram a audiência pública promovida sexta-feira pelo Fórum Parlamentar Catarinense para fazer uma série de pedidos à Arteris, concessionária responsável pela BR-101. Os pedidos vêm para otimizar o contrato de concessão do trecho Norte da BR-101 por mais 15 anos, incluindo eventuais obras para melhoria da mobilidade.

Diretor da Arteris Cesar Ribas em apresentação no Fórum Parlamentar Catarinense

Diretor da Arteris Cesar Ribas apresentou propostas de obras do trecho Norte da BR-101 que estão aquém das demandas do setor produtivo e dos políticos do Estado – Foto: Germano Rorato/ND

Dezenas de pedidos foram apresentados logo depois que o diretor de Operações Sul da Arteris, Antonio Cesar Ribas Sass, mostrou obras que a concessionária pretende realizar em Santa Catarina.

Um dos mais contundentes nas críticas, o presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Mario Cezar de Aguiar, disse que as obras apresentadas estão muito aquém da necessidade dos catarinenses. Entre os pedidos, intervenções no Morro dos Cavalos, a construção de um túnel na região e a criação de uma rodovia paralela à BR-101.

Trecho é pauta prioritária

Presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado federal Valdir Cobalchini (MDB) lembrou que a infraestrutura foi eleita como a pauta prioritária do fórum em Brasília e em Santa Catarina.

“Quando falamos em infraestrutura, começamos pela BR-101, única rodovia duplicada do Estado. E temos duas rodovias concessionadas, a 101 e a 116. É muito pouco para o tamanho e a economia do nosso Estado e o pouco que temos precisamos melhorar”, pontuou o deputado.

Conforme Cobalchini, a BR-101 precisa de faixas adicionais, vias marginais, vias paralelas, pontes e passarelas. Sobre o Contorno Viário, que será entregue em 9 de agosto, a principal pendência é o posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

“Solicitamos uma audiência ao ministro da Justiça para 13 de agosto, quando vamos tratar essa pauta e do chamamento de novos policiais. Porque temos muitos postos fechados ou com poucos policiais”, declarou.

Para Cobalchini, é preciso olhar para frente, buscar soluções e estabelecer um cronograma e o que já está em projeto seja incluído.

“Que não se espere e se comece em 2025 o que é prioridade, que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) já tem estudos e projetos, que efetivamente essas obras sejam iniciadas. Essa é a condição para eventualmente estender esse contrato”, argumentou Cobalchini.

Conforme o deputado, o acréscimo de obras vai impactar em novos custos com tarifa de pedágio. O atual contrato da concessão, que também era de 15 anos, ainda tem oito de vigência. A renovação será por mais 15 anos, ou seja, acabaria em 2048.

“Não podemos esperar a conclusão do contrato, por isso, a extensão do contrato, para diluir o valor do pedágio em mais tempo. Pior do que pagar pedágio é ficar numa rodovia que não funciona”.

Diretor da Arteris apresentou obras propostas

Após a abertura e formação da mesa de autoridades, o diretor da Arteris apresentou entregas da empresa nos primeiros anos do contrato. Depois, o diretor Geral da ANTT, Rafael Vitale, disse que, ao longo do contrato, a Arteris fez uma série de entregas, porém, o dinamismo da economia catarinense e o desenvolvimento das cidades e a formação de indústrias foi muito grande.

Diretor da Arteris também apresentou entregas da empresa nos primeiros anos do contrato – Foto: Germano Rorato/ND

Segundo ele, agora, pelo povo de Santa Catarina, é preciso eliminar os gargalos de infraestrutura da BR-101.

“Os interesses são comuns. Todos querem uma melhoria contratual, mais investimentos, fluidez e segurança. A proposta que será apresentada pela Arteris se baseia no levantamento dos pontos críticos para que possamos dar um novo momento a quem transita na 101”, disse o diretor da ANTT.

Ele salientou que o objetivo é ouvir as demandas para saber se faltou algo. Depois, o diretor da Arteris apresentou as obras que pretende realizar na extensão do contrato.

Crescimento deve ser observado

Superintendente da PRF em Santa Catarina, Manoel Fernandes disse que a corporação se sentiu esquecida porque o Contorno Viário será inaugurado sem o posto da PRF.

“Queria pedir gentilmente à Arteris que tenha essa preocupação de, o mais rápido possível, resolver isso”, destacou.

Presidente da Fiesc Mauro Cezar de Aguiar foi um dos principais críticos à proposta de obras feita pela Arteris – Foto: Germano Rorato/ND

Em entrevista ao Grupo ND, o presidente da Fiesc frisou que a reunião é importante, porque é a forma que o governo federal encontrou para ouvir a sociedade.

“Tive a oportunidade de assistir à primeira apresentação em Joinville e me parece, a princípio, que o que está sendo contemplado não atende à necessidade da BR-101”, criticou Aguiar.

Para o presidente da Fiesc, Santa Catarina cresce mais do que a média nacional e, principalmente, o Litoral catarinense cresce mais do que a média catarinense.

“O crescimento, até 2048, dessa região, é muito significativo e o que está sendo proposto, ao nosso ver, não contempla essa demanda”, disse.

A Fiesc contratou uma empresa especializada para avaliar a proposta e o que é necessário para atender à necessidade de Santa Catarina até 2048.

“Na nossa avaliação, mesmo que façam todas as melhorias, tem que se fazer uma rodovia alternativa à BR-101. Existem gargalos bem significativos que não serão resolvidos simplesmente com duplicação de vias marginais ou na criação da terceira faixa. É fundamental a continuidade dos estudos para que tenha uma rodovia paralela à BR-101”, declarou o empresário.

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