Adolescente com diabetes é expulso do Enem após sensor de glicemia apitar

Um adolescente com diabetes foi eliminado da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) depois que o sensor de glicemia apitou durante a prova, neste domingo (3). O caso aconteceu em Sobradinho, no Rio Grande do Sul, e foi compartilhado nas redes sociais do pai do candidato de 17 anos.

adolescente com diabetes, foto mostra homem com sensor redondo no braço e apontando o celular para o sensor

Sensor de glicemia é conectado ao celular e apita quando o diabético precisa tomar insulina – Foto: Terra/Reprodução/ND

Rudnei Noro relatou que o filho tem diabetes tipo 1 — o que significa pouca ou nenhuma produção de insulina no corpo —, e por isso utiliza o sensor de glicemia para monitorar o nível de açúcar no sangue e saber quando tomar o medicamento.

O sensor utilizado pelo adolescente com diabetes fica conectado ao braço e ao celular, e dispara quando os níveis de açúcar no sangue estão fora do normal.

Pai de adolescente com diabetes se indigna com expulsão: ‘Falam tanto em ‘inclusão’’

Segundo o pai do adolescente com diabetes, ele informou a condição de saúde na hora de se inscrever para o Enem, mas foi avisado que a diabetes tipo 1 não estava inclusa na lista de doenças que requerem um atendimento especial. Por isso, o candidato fez a prova na mesma sala que os demais estudantes.

Na hora do exame, o celular do adolescente com diabetes disparou com o alarme do sensor de glicemia enquanto estava com o fiscal. Rudnei relata que, apesar do alarme ter apitado uma única vez, o barulho foi o suficiente para que o estudante fosse eliminado e retirado da sala por “perturbar os demais alunos”. O adolescente precisou assinar uma ata e foi obrigado a deixar a escola onde fazia a prova.

“Todo dia um leão para matar. Falam tanto em ‘inclusão’, mas quando chega na prática, constrangem, humilham e impedem um guri (garoto) de 17 anos de correr atrás de seus sonhos. Coincidentemente em pleno mês da conscientização da diabetes”, escreveu Rudnei Noro.

As informações são do site Itatiaia, que entrou em contato com o Ministério da Educação e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação da prova, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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