Bicampeã brasileira Sub-20, Lays Cristina se prepara para o Sul-Americano e mira vaga no Pan

Os treinos diários são intensos. Três horas na pista, academia, alongamento, aquecimento e um cuidado com o corpo que vai desde a alimentação a fisioterapia, pilates e muito mais. O resultado de tanto cuidado e dedicação são os títulos, que já se empilham na galeria da jovem joinvilense Lays Cristina. Com apenas 18 anos, ela já tem quatro títulos brasileiros, é bicampeã brasileira Sub-20, campeã Sul-Americana Sub-23 e tem sonhos ainda muito maiores.

Lays Cristina disputa o Sul-Americano Sub-20 entre os dias 19 e 21 de maio, na Colômbia – Foto: Marcelo Thomazelli/ND

A atleta campeã nos 100 metros com barreira já tem um objetivo que começa no dia 19 de maio, na Colômbia: o Sul-Americano Sub-20. Depois de conquistar o título uma categoria acima da sua em 2022, ela quer mais um e o que pode dar a vaga no Pan-Americano Sub-20, que acontece em agosto, em Porto Rico.

O título Sub-20, que veio recentemente, trouxe também alívio para a atleta, que não conseguiu treinar como queria por conta de uma lesão. “O que eu mais senti até depois da prova foi alívio. Chorei tanto porque eu queria muito essa vaga para o Sul-Americano, é meu último ano na categoria Sub-20 e mesmo eu não tendo me preparado como queria e não ter saído o resultado que esperava, foi muito gratificante ter conseguido terminar a prova e conseguido o título de bicampeã Sub-20”, fala.

Para a competição que bate à porta, a preparação está sendo intensa, afinal, além de perseguir o título, pode garantir vaga no Pan, um dos sonhos de Lays. Para isso, ela espera diminuir sua marca.

“A ansiedade está lá em cima e a expectativa está junto. Estamos focando muito nos treinos, trabalhando duro todos os dias para conseguir atingir a marca que esperamos. Eu acredito que pelos 13,40, 13,30 já é uma marca boa para se garantir”, projeta.

A história de Lays com o atletismo começou muito cedo. Ainda na infância ela foi apresentada ao esporte pela televisão ao assistir as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Na escola, as atividades alusivas à competição apresentaram a ela o atletismo e ela não parou mais. Hoje, Lays é uma das referências para as crianças joinvilenses.

Lays Cristina se prepara para a competição que pode dar vaga no Pan-Americano – Foto: Marcelo Thomazelli/ND

“Mesmo tendo só 18 anos ainda eu sinto que inspiro outras pessoas. Já recebi várias mensagens nas minhas redes sociais falando que elas se inspiram em mim e me dando apoio para continuar nessa jornada. Eu vou sempre em busca de melhorar meu resultado porque eu ainda tenho muitos sonhos para realizar. É muito gratificante. Se nessa idade já consegui isso imagina daqui cinco anos, quando eu conseguir uma vaga nas Olimpíadas ou algum título Mundial, é um dos meus sonhos”, diz.

Para conquistar os resultados, Lays tem um obstáculo a mais: a pista de treino. Hoje, toda a equipe de atletismo de Joinville treina na pista da Univille. A universidade abriga os atletas e os paratletas, mas está longe de ser a estrutura ideal.

“Tem que trabalhar principalmente a mente em relação aos outros adversários que treinam em uma estrutura melhor. Tem muita diferença treinar aqui e chegar para competir em uma pista sintética. Para o Sul-Americano Sub-23 eu consegui fazer um treino antes da prova, consegui adaptar um pouco na pista e eu me adapto rápido na pista sintética, isso é um lado positivo, só que falta muita estrutura aqui. Falta muito investimento aqui”, ressalta.

 

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A campeã joinvilense agradece o apoio da universidade, mas chama a atenção para os resultados conquistados e como o desempenho poderia ser ainda melhor. “Agradecemos muito a Univille pelo espaço que eles dão para treinar, se não fosse isso não sei o que seria do atletismo de Joinville, mas ainda falta muita estrutura e isso influencia muito nos nossos resultados. Se já temos tido muitos resultados como os meus, os da Letícia Oro e outros de nível nacional e internacional, imagina se tivesse uma estrutura melhor”, destaca.

Além de Lays, outros dois joinvilenses também embarcam para a Colômbia em busca do título. Otávio Henrique Vicente compete nos 10 km da marcha atlética e Juan Anding disputa a prova do lançamento de disco.