Calor infernal e fúria marítima: veja as projeções do ChatGPT para daqui a 100 anos

Imaginar e tentar prever o futuro são características dos humanos que guardam registros das primeiras civilizações. Uma parte fundamental das sociedades grega, na Europa, ou iorubá, na África eram os oráculos.

Com a evolução das inteligências artificiais, como o ChatGPT, é possível “consultar” o futuro em alguns cliques. Ainda que esses “robôs” não tragam algumas respostas certas do amanhã, eles se baseiam em dados científicos quando pensamos em projeções climáticas. As informações são do site Uol.

ChatGPT fez uma projeção de como será a Terra daqui a 100 anos – Foto: Reprodução/ND

Hoje, existe um esforço global para que aumento da temperatura terrestre fique abaixo dos 2º C até 2030. Para isso, a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que são necessárias grandes ações.

Mas como será o mundo daqui a 100 anos, caso as atuais tendências de uso de combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa sejam mantidas?

Para responder à pergunta, uma projeção do ChatGPT foi feita, com dois personagens: Johnny e João. Um que é mais afetado pelas mudanças climáticas e que tem menos recursos financeiros, e outro que vive em um local menos afetado, com boa renda e acesso a tratamento de saúde.

A simulação levou em consideração dados científicos sobre mudanças climáticas e impactos na natureza e saúde humana.

Segundo a projeção do chatGPT, a Terra estará mais quente e instável em 100 anos. As temperaturas médias poderão subir até 4º C, o que pode causar secas, enchentes, tempestades e furacões mais intensos e frequentes.

A projeção de um mundo totalmente inabitável depende de múltiplos fatores, segundo a inteligência artificial. O ChatGPT projeta que se o uso de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual, a Terra pode se transformar em um local com condições de vida muito insalubres para a maioria dos seres humanos.

Temperaturas insuportáveis e ar tóxico

As pessoas poderiam enfrentar termômetros marcando mais de 50°C em algumas regiões, tornando impossível a permanência ao ar livre por muito tempo. O ar seria tóxico, com altos níveis de poluição, o que pode levar a uma série de doenças respiratórias e cardiovasculares.

As cidades seriam quentes e sufocantes e com poucas áreas verdes, sem árvores e o que tornaria a vida urbana mais estressante. Muitas pessoas seriam forçadas a se deslocar em busca de comida, abrigo e água.

Os países e locais mais afetados por mudanças climáticas incluem as regiões árticas, Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), a África Subsaariana, o Sul e Sudeste da Ásia. Por outro lado, os países menos afetados seriam os localizados em latitudes mais altas como países escandinavos, além de Rússia e Canadá.

O que dizem os especialistas?

Segundo biólogo doutor em evolução e sistemática e Membro do CPMAMA (Centro de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Mata Atlântica), Sandro Faria, os impactos em algumas partes do globo seriam bem próximos ou iguais aos que foram apontados pelo ChatGPT.

“A questão é que esse mecanismo não consegue prever tantas características sociais, pois, locais mais pobres serão afetados muito antes, e os desdobramentos dessas fragilidades ainda não são totalmente mensuráveis pela ciência ou por inteligências artificiais”, afirma Faria.

O biólogo ainda alerta que fracasso na redução do uso dos combustíveis fósseis e em outras estratégias podem desencadear série de eventos climáticos de proporções ainda desconhecidas.

“Algumas catástrofes mais drásticas, agressivas e pontuais podem acontecer em diversas regiões do globo e não de uma maneira gradual como previsto na IA. No geral, o mecanismo se mostrou bastante coerente”, avalia.

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