Moacir Pereira: Clássicos e digitalização do acervo na Academia de Letras

A Academia permitiu a Moacir Pereira conhecer e estreitar relações com grandes autores catarinenses. O historiador Jali Meirinho – que havia lhe dado a primeira oportunidade na rádio Anita Garibaldi, quando Moacir era ainda pouco mais que um adolescente – foi uma das figura sem que se espelhou.

Moacir Pereira em reunião na Associação Catarinense de Imprensa (ACI)

Moacir Pereira em reunião na Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Foto: ACI

Deonísio da Silva, escritor de projeção nacional, se tornou seu amigo. “Ao lado de Péricles Prade, recentemente falecido, ele é o maior erudito da Academia”, afirma o jornalista.

Ele também destaca outros nomes, como Salomão Ribas Júnior, Humberto Grillo, João José Leal, Osvaldo Della Giustina, Gilberto Callado, Maria Tereza de Queiroz Piacentini e José Isaac Pilati. Um dos progressos recentes da Academia é a digitalização de parte do acervo, com prioridade para as obras dos fundadores e dos atuais acadêmicos.

Isso permite que livros importantes de autores do Estado, do século 19 para cá, estejam à disposição dos leitores na internet. O mesmo foi feito com as coleções e os jornais antigos. “Isso vai tornar a ACL uma referência para a pesquisa”, acredita Moacir, prevendo que estudantes e interessados no tema da literatura catarinense tenham uma rica fonte de consulta acessando o site da instituição.

Outro fato novo foi a troca do sistema de voto pela sabatina na escolha dos novos acadêmicos. A intenção declarada seria comprometer o eleito com a casa e impedir que, uma vez conduzido, ele desapareça. Isso não é tão incomum nas confrarias do gênero: há postulantes interessados apenas em exibir ao mundo o título de imortal. Realiza a sua doação em dinheiro e, em seguida, faz o registro no exemplar.

Biografias que estão pedindo passagem

Agora, Moacir Pereira prepara um livro sobre o empresário Mario Petrelli, que atuou nas áreas de seguros e comunicação. “Além da história de vida, a obra abordará as grandes qualidades de articulador e a generosidade de Petrelli, reconhecidas por muitas pessoas”, adianta o jornalista. Ele também tem projetos para biografar o ex-governador Antônio Carlos Konder Reis, o maestro José Acácio Santana e o médico Ernesto Damerau.

E não esconde o projeto de escrever sobre a Revolução Federalista em Santa Catarinae a imprensa em língua alemã nas regiões de colonização germânica. “Escrever livros só me dá alegria e me deixa cada vez mais empolgado”, confessa Moacir, que aos 79 anos aposta na permanência do papel como formato ideal para a leitura. “Torço e acredito que o livro terá ainda um futuro promissor”, afirma.

Obras de Moacir oriundas do trabalho como repórter

Foi o livreiro Odilon Lunardelli quem estimulou Moacir Pereira a transformar em livro a cobertura da passagem do papa João Paulo II por Florianópolis. “Na época, para minha surpresa, consegui credenciais para cobrir todos os eventos do pontífice na cidade, ao contrário do que aconteceu com a maioria dos jornalistas, locais ou não, que trabalharam na visita”, recorda Moacir.

O livreiro viu no material gerado o tema ideal para o livro, dado o caráter histórico do evento, e pediu “um inventário” ao jornalista. O resultado foi a obra “O Profeta da Esperança”. No caso da Novembrada, episódio envolvendo o ex-presidente João Baptista Figueiredo com agressões e xingamentos nas ruas centrais de Florianópolis, em 30 de novembro de 1979, foi o editor Nelson Rolim de Moura quem incentivou o jornalista a reunir o material que tinha em livro, o que se mostrou uma grande ideia.

Moacir cobriu a visita presidencial pelo “Jornal da Semana”, periódico que marcou época na cidade, e reuniu vasto material, de “mosquitinhos” (pequenos panfletos de propaganda política) a telegramas, documentos oficiais e recortes de jornal. Em 2004, 25 anos após o entrevero, Nelson Rolim tomou a iniciativa de sugerir a compilação de todo esse material – e daí nasceu o livro “Novembrada: Um Relato da Revolta Popular”, pela editora Insular.

Dos detetives aos grandes clássicos

A formação de Moacir Pereira começou com os clássicos infantis, de leitura obrigatória nas escolas. Na adolescência, ele teve acesso a alguns ícones da literatura brasileira e portuguesa, todos recomendados pelos excelentes professores do Colégio Catarinense e depois do Instituto Estadual de Educação, entre eles o grande crítico literário e ensaísta Nereu Corrêa.

A relação começa com Machado de Assis e segue com Lima Barreto, Euclides da Cunha, José de Alencar, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Entre os portugueses despontam os conhecidos Eça de Queirós, Fernando Pessoa e Luis Vaz de Camões.

“Curioso é que num determinado período me encantei com os romances policiais e li quase toda a coleção do francês Maurice Leblanc, pela criatividade de seu personagem principal, o lendário ladrão e detetive de ficção Arsène Lupin”, recorda o jornalista.

Moacir foi militante da UCES(União Catarinense de Estudantes Secundaristas), radialista ainda muito jovem e até repórter de campo em jogos de futebol, num curtíssimo período. Aprendeu muito com os veteranos da rádio, atuou muito tempo no jornalismo impresso, foi comentarista e apresentador da pioneira TV Cultura e, em 1979, estreou na TV Catarinense, do grupo RBS, onde seu trabalho ganhou projeção estadual.

Passou pelos principais jornais de Santa Catarina e acaba de deixar o dia a dia para se dedicar ao projeto de fazer livros – tem 20 deles em mente, na sequência da carreira.

Quase a totalidade das obras que publicou foi consequência de coberturas jornalísticas – como a Novembrada e a visita do papa João Paulo 2o a Florianópolis, em 1991 – e de viagens oficiais, acompanhando autoridades catarinenses em missões internacionais, como a realizada ao monte Sinai, que rendeu um livro sobre Santa Catarina de Alexandria, a padroeira do Estado.

Biografias que estão pedindo passagem

Agora, Moacir Pereira prepara um livro sobre o empresário Mario Petrelli, que atuou nas áreas de seguros e comunicação. “Além da história de vida, a obra abordará as grandes qualidades de articulador e a generosidade de Petrelli, reconhecidas por muitas pessoas”, adianta o jornalista.

Ele também tem projetos para biografar o ex-governador Antônio Carlos Konder Reis, o maestro José Acácio Santana e o médico Ernesto Damerau. E não esconde o projeto de escrever sobre a Revolução Federalista em Santa Catarina e a imprensa em língua alemã nas regiões de colonização germânica.

“Escrever livros só me dá alegria e me deixa cada vez mais empolgado”, confessa Moacir, que aos 79 anos aposta na permanência do papel como formato ideal para a leitura. “Torço e acredito que o livro terá ainda um futuro promissor”, afirma.

Obras oriundas do trabalho como repórter

Foi o livreiro Odilon Lunardelli quem estimulou Moacir Pereira a transformar em livro a cobertura da passagem do papa João Paulo II por Florianópolis. “Na época, para minha surpresa, consegui credenciais para cobrir todos os eventos do pontífice na cidade, ao contrário do que aconteceu com a maioria dos jornalistas, locais ou não, que trabalharam na visita”, recorda Moacir.

O livreiro viu no material gerado o tema ideal para o livro, dado o caráter histórico do evento, e pediu “um inventário” ao jornalista. O resultado foi a obra “O Profeta da Esperança”.

No caso da Novembrada, episódio envolvendo o ex-presidente João Baptista Figueiredo com agressões e xingamentos nas ruas centrais de Florianópolis, em 30 de novembro de 1979, foi o editor Nelson Rolim de Moura quem incentivou o jornalista a reunir o material que tinha em livro, o que se mostrou uma grande ideia.

Moacir cobriu a visita presidencial pelo “Jornal da Semana”, periódico que marcou época na cidade, e reuniu vasto material, de “mosquitinhos” (pequenos panfletos de propaganda política) a telegramas, documentos oficiais e recortes de jornal.

Em 2004, 25 anos após o entrevero, Nelson Rolim tomou a iniciativa de sugerir a compilação de todo esse material – e daí nasceu o livro “Novembrada: Um Relato da Revolta Popular”, pela editora Insular.

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