Dengue: entenda o que é a doença que está assustando Santa Catarina

Um levantamento exclusivo do Google Trends aponta que houve um aumento nas buscas pela palavra “dengue” entre os moradores de Santa Catarina. Com a recente alta nos casos da doença, o ND+ conversou com uma infectologista para entender melhor o que é a dengue, os processos de transmissão, infecção, prevenção e tratamento.

Dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti

Aedes aegypti mosquito that transmits Dengue in Brazil perched on a leaf, macro photography, selective focus – Foto: iStock/Divulgação/its Teens

A médica Carolina Ponzi explicou os fundamentos da doença e comparou sua gravidade a de outras infecções, também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

A dengue

Segundo Caroline, a dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e que “causa uma febre alta, dor de cabeça retro ocular e muita dor no corpo”.

“A febre tende a melhorar pelo terceiro dia, mas pode voltar no quarto dia com o aparecimento de uma vermelhidão na pele. A doença tem uma duração média de sete dias”, explica.

O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio.

O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para a maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

Apesar dos sintomas enumerados por Carolina, a infecção por dengue pode ser assintomática, apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias.

Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Grávidas, crianças e pessoas com mais de 60 anos têm mais riscos de desenvolver complicações pela doença. O perigo aumenta quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.

Segundo Carolina, em comparação a outras doenças transmitidas por mosquitos como vetores, a especialista afirma que “a febre amarela é muito mais grave, via de regra”, conclui.

Prevenção contra a dengue

Segundo o Ministério da Saúde, embora existam estudos avançados para vacinas contra a dengue, atualmente nenhuma se mostrou viável para a prevenção.

Portanto, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika).

Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti.

Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.

Tratamento

Ainda não existe tratamento específico para a doença. A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias. É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente aqueles que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na unidade de saúde mais próxima.

Dengue em Santa Catarina e no Brasil

Santa Catarina registrou 29 mortes por dengue em 2023, conforme o boletim epidemiológico atualizado até a última segunda-feira (8). Além disso, mais de 29 mil casos da doença já foram confirmados.

A especialista conta que no Brasil, surtos de dengue são comuns devido ao mau controle dos focos do mosquito Aedes aegypti, como o acúmulo de lixo e materiais que possam favorecer a sua proliferação. ”

A população precisa colaborar no controle desses criadouros para dificultar a reprodução do mosquito”.

 

 

 

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