Moradoras de SC revelam hábitos das mães que pensaram que nunca fariam mas ‘pagaram a língua’

Alguma vez você já disse que não se comportaria como sua mãe, mas passou a adotar esse mesmo comportamento anos mais tarde?

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (14) e, para homenageá-las, a reportagem do ND+ conversou com algumas filhas que explicaram os hábitos engraçados que tiveram com suas mães quando crianças, “julgaram”, mas que preservam até os dias atuais.

Mães e filhas revelam hábitos que 'pagaram a língua'

Na entrevista, não faltaram conselhos e risadas de mãe para filha — Foto: Freepik

A pedagoga, Marilene Lemos, de 50 anos, primogênita de cinco filhas de Henedi Norberta Lemos, a dona Didi, de 78 anos, diz que conversa entre as irmãs e brincam: “Não quero ser como a mãe”.

Mas, inevitavelmente, elas apontam umas para as outras e dizem: “Estás parecendo a mãe”. Marilene diz que todas sabem que carregam “um pouco de nossa mãe conosco”.

Da esquerda para a direita: Neide Lemos, 45; Amanda Lemos, 38; Marilene Lemos, 50; Mileni Lemos, 36; Nádia Lemos, 45 e a mãe Henedi Norberta Lemos, 78 anos – Foto: Arquivo pessoal/Marilene Lemos

Ela destaca alguns comportamentos que ela própria e as irmãs fazem igual à mãe, como falar sozinha, por exemplo.

“Corremos para ajudar, perguntamos várias vezes a mesma coisa, e até falamos sozinhas, igualzinho a ela”, se diverte.

“Dad shoes? Nunca!”

Durante muito tempo, a jornalista de moda, Jhenifer Pollet, não entendia de onde vinha a paixão pelo assunto. A partir de uma conversa com a mãe, Giordana Martins Pollet, a dona Gi, que mora em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, passou a perceber que a moda as unia.

Jhenifer Pollet ao lado da dona Gi – Foto: Arquivo pessoal /Jhenifer Pollet

Segundo Jhenifer, as duas têm gostos e personalidades muito diferentes.

“Quando mais nova, eu olhava para as fotos e para o próprio guarda-roupa da minha mãe, com vários pontos de interrogação na cabeça e uma certeza: nunca iria usar uma calça baggy, ou um dad shoes (tênis com aspecto esportivo, típico dos anos 1980 e 1990)”.

Porém, de uns anos para cá, a filha passou a usar os looks da mãe que costumava odiar.

“Quando o jeans de cintura alta e mais larguinho voltou com tudo e eu lá, usando bem feliz”. Ela também comprou tênis grandes, entre outras peças que a mãe costumava vestir.

Jhenifer conta que, ano passado, quando recebeu uma visita da mãe em São Paulo, onde mora, toda roupa que vestia, a mãe dizia: “Eu tinha um igual!” ou “Gostei do mocassim, usei muito quando estava grávida de ti”.

A jornalista, que sempre teve um estilo um tanto diferente, surgiu na frente da mãe com um mocassim verde musgo, de couro, com solado tratorado.

A mãe, então falou à avó: “‘Lembra que eu tinha um igualzinho, mãe? Ainda nesse tom de verde’, e nós três gargalhamos”, conta.

A partir daí, Jhenifer Pollet percebeu então que tem mais em comum com a mãe do que pensava. “O fato da moda ser cíclica nos aproxima ainda mais, cria novas histórias, cada uma do seu jeito, no seu contexto”.

“Capaz de levar a montanha até Maomé”

Nascida no município de Santa Rosa de Lima, localizado próximo aos municípios de Braço do Norte e Anitápolis, a auxiliar administrativa Roselia Loch, de 52 anos, conta que a família, que mora em Santo Amaro da Imperatriz há 50 anos, tem o “hábito” chamá-la de Dona Rosa, em referência à sua mãe Rosa Ballmann Loch, de 73 anos.

“Recebi o apelido carinhoso ‘Dona Rosa’ por herdar da minha mãe a mesma agilidade para satisfazer as vontades e resolver o que precisa ser resolvido. A agilidade da Dona Rosa é capaz de levar a montanha até Maomé e, por conta disso, o apelido pegou entre nós”, explica.

“O nome dela é Rosa. Na nossa família composta por uns 50 membros entre filhos, netos e bisnetos, todos já sabem, quando um chama o outro de Dona Rosa é porque não vai dar para esperar até segunda-feira, é para já”, se diverte.

Débora Machado, Rosélia Loch e Rosa Mallmann, a Dona Rosa – Foto: Arquivo pessoal/ Roselia Loch

De acordo com Roselia, o apelido pegou até na filha, Débora, de 25 anos.

“O Dona Rosa da avó passou para mim, que sou filha, e para a minha filha Débora Maria Machado, que também é uma Dona Rosa”, brinca.

Medo do escuro e a “negociação”

A jornalista Priscila Rios, de 33 anos, natural de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, conta que não gostava de dormir no escuro, quando era criança.

Nara Rios e a filha Priscila – Foto: Arquivo pessoal/ Priscila Rios

Segundo ela, toda vez que sua mãe, Nara Rios, de 66 anos, entrava no quarto e apagava a luz, ela “negociava” alegando ver espíritos.

“Tinha medo de monstros e dizia que quando eu fosse adulta, sempre dormiria com a luz acesa”, relembra.

A mãe dizia que “no escuro você dorme melhor, o monstro só existe na sua cabeça”. Priscila Rios confessa que até hoje nunca achou monstros no escuro.

“Com o tempo, eu também parei de procurar. E o monstro na cabeça? Ah, talvez até hoje todo mundo possa ter algum”, se diverte.

Padrões de comportamento de mães para filhos

Segundo a psicóloga Priscilla Vogt, há dois tipos de padrão de comportamento: a reprodução e a reparação. No primeiro, se reproduz o comportamento vivenciado dentro de casa. Já no segundo, a pessoa busca maneiras diferentes de se comportar.

Para Vogt, a reparação para buscar comportamentos diferentes “dá mais trabalho” e envolve “nível de consciência e autoconhecimento” de cada indivíduo.

Ciclo vicioso x ciclo virtuoso

Ainda de acordo com Priscilla Vogt, há dois tipos de ciclos nos padrões de comportamento: o vicioso e o virtuoso. Vogt explica que o vicioso é “quando se estabelece um padrão de comportamento negativo e não consigo quebrar”, como a procrastinação, por exemplo.

Já o ciclo virtuoso é uma quebra de comportamento para gerar uma nova forma mais satisfatória de se comportar, como no caso da pessoa sedentária, que trabalha demais, sabe que precisa se cuidar melhor e consegue quebrar o ciclo ao fazer atividade física.

“A partir daí, ela começa a gostar do treino, a se alimentar melhor e ter resultados como perda de medida, peso e isso estimula com que ela faça mais exercícios físicos, estudar sobre alimentação saudável e fica mais disposta para trabalhar e ter melhores resultados. É efeito em cadeia em que uma coisa vai levando à outra”, finaliza.

Mãe Raiz ou Mãe Nutella?

Para celebrar o Dia das Mães, o podcast aDiversa, da Diversa+, debate de forma descontraída os impactos das diferentes formas de maternar. Você, sua mãe, sua companheira ou alguma conhecida é Mãe Raiz ou Mãe Nutella? O tema é polêmico e divide opiniões! Ouça o episódio especial:

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