Mãe de menina morta em acidente em Rio Negrinho fala sobre júri do motorista: ‘seja condenado’

“Minha expectativa é que ele seja condenado de maneira exemplar”, diz Michelle Bindemann sobre o julgamento do motorista responsável pela morte de sua filha, Alícia Bindemann Carini, de 5 anos, em um acidente de trânsito. O homem é acusado de dirigir embriagado e matar duas pessoas em dezembro de 2021, em Rio Negrinho, Planalto Norte de Santa Catarina. O júri popular acontece nesta quinta-feira (18).

Alícia tinha 5 anos quando sofreu o acidente – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

“Existem provas claras de que ele estava bêbado. Alicias precisam ser salvas. A minha Alícia não vai voltar. Essa injustiça não será desfeita. Mas quem comete esse tipo de crime precisa ser punido para que outras mães não percam seus filhos. Para que as pessoas acreditem na justiça em crimes de trânsito”, comenta Michelle.

O dia do júri também marca um ano e meio desde o acidente. Neste meio tempo, Michelle precisou encontrar forças para poder atender e dar suporte ao filho mais novo, de 4 anos. “Ele sente muita falta da irmã. Ontem, no Dia das Mães, fui no cemitério e ele olhou as flores no túmulo e gritou ‘volta, Alícia. Eu estou com muita saudade de você’”, conta a mãe.

Alícia, o irmã e a mãe Michelle – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Além de Alícia, o veterinário Fernando Martins de Albuquerque, de 34 anos, também foi vítima do acidente. Ele estava no carro conduzido pelo motorista embriagado que perdeu o controle do veículo e bateu o Fiat Punto que dirigia contra o Ford Ecosport, onde estava Alícia.

O réu será julgado pelo júri popular pelos crimes de direção sob influência de álcool, por dois homicídios e lesão corporal de seis pessoas, que ficaram feridas no acidete.

“Ressignificar a minha dor”

Michelle redirecionou a dor da perda e desde o acidente faz campanhas de conscientização sobre crimes de trânsito, além de buscar auxiliar e apoiar crianças em situação de vulnerabilidade.

“Ressignificar a minha dor tentando fazer o bem pras pessoas. O que me motiva nas campanhas que faço é minha filha. É honrar os 5 anos de vida dela. É orgulhar ela onde ela estiver”, ressalta Michelle.

Há dias do júri, a mãe colocou outdoors em busca da conscientização sobre a mistura da bebida e direção. Em um deles, há uma foto dela e de Alícia, com a mensagem “se beber, não dirija.”

 

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“[As campanhas são maneiras] de tocar as pessoas que eu conseguir para pegarem Uber, ou carona, para não dirigir após beber. Eu espero estar ajudando a salvar uma vida que seja”, diz.

A mãe de Alícia também já realizou duas campanhas para doações de mochilas completas com material escolar. No total, foram 654 mochilas doadas, além de 70 chuteiras entregues para meninos que treinavam futsal descalços.

“Pra mim o mais importante é falar sobre meu amor pela minha filha. Uma menina linda, cheia de vida! As campanhas são maneiras de expressar esse amor. Nas crianças que eu ajudo, vejo o sorriso dela”, revela.

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