Conselho Regional de Odontologia suspende registro de dentista de Florianópolis após denúncias

O CRO-SC (Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina), suspendeu nesta segunda-feira (15) o registro profissional de Anderson Silva, dentista dono da Hof Clinic, em Florianópolis. O Procon de Florianópolis já tinha suspendido as atividades na clínica no último dia 4, após denúncias de irregularidades nos atendimentos e produtos encontrados no local.

Em sua decisão, o CRO escreveu que Anderson está com suspensão cautelar do exercício profissional por 30 dias. A decisão foi tomada na última sexta-feira (12) em sessão ordinária no Plenário do Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina.

Dentista teve o registro profissional suspenso pelo CRO  – Foto: Reprodução/Google Street View/ND

Agora, o profissional deverá entregar sua carteira profissional na sede do CRO-SC, em Florianópolis, para garantir que não utilizará o registro.

O portal ND+ buscou contato com o profissional, que  respondeu que ainda não tem informações sobre o processo e que, quando tiver, falará com a reportagem. O espaço segue aberto.

Ainda nesta quinta-feira (15) outra decisão envolvendo o dentista foi tomada. Isso porque a  1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital decidiu manter suspensa a abertura da Hof Clinic.

De acordo com a decisão da Justiça, Anderson teria feito um pedido judicial para reabrir o local em resposta à decisão do Procon, no entanto, o pedido foi indeferido.

“A suspensão das atividades deve perdurar o tempo necessário à preservação da vida, saúde, segurança, informação, do bem-estar dos consumidores e proteção de seus interesses econômicos”, escreveu o poder judiciário em seu despacho.

Relembre o caso

A Hof Clinic, de Anderson Silva, clínica de estética com matriz na Beira-mar Norte, em Florianópolis, foi fechada pelo Procon da cidade no último dia 4. O local é acusado de uma série de irregularidades, e teve produtos adulterados apreendidos após “inúmeras reclamações de clientes que se sentiram lesados”, destaca o órgão.

A primeira denúncia, recebida pela Vigilância Sanitária do Município, foi sobre adulteração de seringas de aplicação para procedimento de harmonização facial. O órgão fez então uma primeira ação no local, em abril, notificou o espaço e descobriu produtos que pareciam adulterados, mas ainda sem comprovação.

De acordo com Anderson Silva, o local não foi interditado, e sim suspenso, e não há irregularidades no local.

Uma segunda visita foi feita pelos fiscais já em 19 de abril, quando os profissionais da Vigilância foram hostilizados e quase impedidos de entrar no local. Na ocasião foram apreendidos os mesmos produtos encontrados na primeira visita, escondidos nos fundos da clínica dentro de sacos de lixo.

Segundo a Vigilância foram 43 caixas apreendidas com produtos adulterados. Dentre elas, 36 caixas com duas seringas cada e sete caixas com uma seringa, além de 20 medicamentos manipulados.

As práticas irregulares, segundo o órgão, funcionava da seguinte maneira: a clínica comprava um produto considerado de alto luxo para realizar harmonização facial, mas preenchia as seringas com outro produto, de má qualidade, e cobrava como se estivesse aplicando o produto original.

Além desta irregularidade, os fiscais apreenderam 20 caixas de medicamentos manipulados. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), cada medicamento manipulado é individual e deve ser prescrito para uma pessoa específica, conforme avaliação, e não deve ser usado de maneira genérica como era feito na clínica.

Em entrevista à repórter da NDTV, Daniela Ceccon, Anderson Silva disse que não há irregularidades na clínica, e que não foi informado oficialmente sobre nenhuma das acusações.

“O que o Procon nos pediu foi a nota fiscal das caixas que foram encontradas, as notas fiscais foram apresentadas. Não tem nenhum produto dentro da minha empresa sem nota fiscal, então eu faço questão sempre de deixar as portas abertas. Infelizmente não entregam nenhum documento com informações para que a gente possa se defender”, fala.

Segundo o profissional, a única irregularidade no local foi o descarte de algumas gases sujas de sangue descartados em lixo comum. “Esse processo já foi adequado. Somos uma empresa que faz 150 atendimentos ao dia. Com toda a certeza esse mundaréu de acusações não acontece”, finalizou.

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