88% da população da região Sul do país confia na vacinaçãocontra a dengue, mas fake news impactam a imunização efetiva

Uma pesquisa inédita, conduzida pelo instituto Ipsos e encomendada pela biofarmacêutica Takeda, com a colaboração da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), entrevistou 2 mil brasileiros – dos quais 15% são da região Sul do país – para entender as percepções sobre a dengue,a vacinação em geral e sobre a doença. Osresultados mostram que 88% dos sulistas veem a vacinação contra a dengue como uma medida eficaz de prevenção, mesmo diante da ampla exposição a fake news, especialmente nas redes sociais.

 

Apesar de o Sul ser a terceira região com maior número de casos de dengue no Brasil em 2025 — com mais de 21 mil registros1 –, apenas 12% dos moradores declararam ter tido a doença, em comparação a 39% da população geral, e 61% conhecem alguém que teve dengue, frente a 85% do total da pesquisa. Mesmo com o menor relato de experiência pessoal com a doença,os moradores da região demonstram maior receptividade a informações oficiais e campanhas sobre o tema. Cerca de 56% dos sulistas lembram de propagandas ou ações relacionadas à dengue, superando ligeiramente os 53% do total nacional.

 

Além disso, eles relataram menor exposição a fake news — 42% afirmam não receber informações falsas sobre a dengue,contra 35% da média nacional — e destacam-se pela confiança na segurança da vacina contra a dengue: 42% acreditam que ela não apresenta riscos, acima dos 36% da população geral.

 

Ao serem perguntadosse receberam alguma fake news ou desinformação sobre vacinas por diferentes canais – internet, redes sociais, WhatsApp, amigos ou familiares, imprensa -,65% dos entrevistados do Sul afirmaram já terem sido impactados por esse tipo de conteúdo, índice menor em relação à população geral, que foi de 74%.

 

“A pesquisa demonstraque, apesar do aumento da conscientização sobre os riscos da dengue, muitos brasileirosainda enfrentam barreiraspara se vacinar devido ao impacto das fake news, que atingem 35% dos entrevistados da região Sul relatando o recebimento de informações falsas sobre vacinas em geral pelas redes sociais”, afirma Juliana Siegmann, pesquisadora do Ipsos. “Esse dado ressaltaa importância de um acesso qualificado à informação”.

 

Hesitação causada por desinformaçãona região Sul

Apesar do alto índice de confiança nas vacinas, o estudo revelou que a circulação de fake news impacta diretamente as decisões sobre a vacinação em geral:
 

• 35% dos participantes relataram ter recebido informações falsas sobre vacinas nas redes sociais.

• 26% já deixaram de se vacinar ou recomendaramque outros não se vacinassem devido a dúvidas sobre segurança e eficácia.

• 8% decidiram não se vacinar por causa de informações recebidas online ou de amigos e parentes.

• 19% não mudaram de opinião, mas ficaram na dúvida por causa das informações recebidas.

 

Em contrapartida:

• 89% prestam atenção nas campanhas de vacinação.

• 87% acreditam que as vacinas em geraltrazem benefícios.

• 92% dizem verificar a veracidade das informações sobre vacinas.

 

 

Impacto emocional das informações nas redes sociais

A pesquisa também avaliou os sentimentos despertados pelas informações sobre vacinas em geral nas redes sociais entre os entrevistados doSul:

 

• 83%afirmam queasinformações trouxeram sentimentospositivos,como confiança (40%), tranquilidade (25%)e otimismo (20%). Além disso, pelomenos metade (53%) ficou interessada no tema.

• No entanto, 17% sentiram-se negativamente impactados, relatando ansiedade (12%), desconfiança (15%), medo (4%) e confusão (7%).

 

Principais fontes de informação sobre vacinas e dengue no Sul

• Fontes de recebimento de informação sobre vacinas: TV (49%), redes sociais (45%) e postos de saúde(47%).

• Plataformas mais buscadas: Instagram (62%), Facebook (53%), WhatsApp (44%) e YouTube (37%).

• Fake news mais comuns sobre dengue: eficácia da vacina, gravidadeda doença, curas milagrosas e informações incorretas sobre formas de contágio.

 

Conhecimento e atitudes sobre a vacinação contra a dengue entre os sulistas
• 63% ouviram falar sobre alguma vacina contra adengue.

• 88% acreditam que a vacinação contra a dengue é eficaz para prevenir a doença.

• 33% afirmam ter ouvido informações que os desmotivaram a se vacinar contra a dengue, incluindo alegações de que a vacina foi desenvolvida rapidamente, não é eficaz ou causa efeitos colaterais graves.

 

O presidente da SBI, Alberto Chebabo, analisa que “a alta taxa de confiançana vacinação contra a dengue é um passo importante na luta contra a dengue, mas precisamos combater a desinformação que ainda desencorajauma parcela significativa da população a levar o público elegível parareceber a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS)”.

 

“Com 88% da população da região Sul considerando a vacinaçãocontra a dengue uma medidapreventiva eficaz, vemos avançosna conscientização. No entanto, é essencial fortalecer a confiança para combater a desinformação,que prejudica a adesãoà vacinação”, comenta VivianLee, diretora médica da Takeda Brasil.

 

Pais atentos

35% dos participantes da região Sul são pais com filhos entre 4 e 17 anos. Embora cautelosos, eles têm atitudes mais positivas em relação à vacinação em geral, buscando informações e prestandoatenção às campanhas. No entanto, esse grupo está mais exposto a fake news,principalmente em redes sociais e canaispessoais como WhatsApp. “Esses pais reconhecem a importância das vacinas e buscam informações para tomar decisões mais informadas sobre a saúde de seus filhos”, destaca Dr. Chebabo, da SBI.

 

 

Conhecimento sobre adengue no Sul

Embora a maioria reconheça a gravidade da doença, a disseminação de fake news, principalmente pelas redes sociais, destaca a importância das campanhas educativas.

 

• 8 em cada 10 pessoas no Sul consideram a dengue uma doença grave. • 70% buscam informações sobre a dengue.

• 56% lembram de campanhas ou ações nos últimos 12 meses. • 12% já tiveram dengue; 61% conhecem alguém que teve.

• 13% conhecem alguém que já faleceu em consequência da dengue.

• Redes sociais (20%) e WhatsApp/SMS (14%) lideram a disseminação de fake news. • Fake news sobre dengue abordam vacinas (alegações de ineficácia, perigo e efeitos colaterais graves), gravidade da doença (minimização da seriedade da doença); teorias conspiratórias (dengue como invenção); formasde tratamento (curas milagrosas e remédios caseiros ineficazes); informações incorretas sobre formas de contágio; dados confusos relacionados a outras doenças, como a Covid-19.
 

Para o médico infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações daSociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da SociedadeBrasileira de Imunizações (SBIm), o conhecimento sobre a gravidade da dengue é reconhecidopela população, mas a circulação de fake news, especialmente nas redes sociais, representa um desafio significativo para o controle da doença. “Informações falsas sobre vacinas em geral, formas de contágio e tratamentos acabam confundindo as pessoas e dificultando a adesão a medidas preventivas e ao tratamento adequado. Por isso, campanhas educativas consistentes e claras são essenciais para combater esses mitos e reforçar a importânciada prevenção e da vacinação contra a dengue,” afirma Dr. Kfouri.

 

 

 

Referência

Estudo quantitativo por coleta online realizado pela Ipsos a pedido de TAKEDA PHARMACEUTICAL COMPANY LIMITED no Brasilentre 30/10/2024 e 06/11/2024. Foram realizadas 2.000 entrevistas com amostra desproporcional por classe social em todo o território brasileiro com população acima de 18 anos de todas as classes sociais. Margem de erro total de 2,2 p.p e margem de erro do Sul de 5,6 p.p.

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