‘A gente vê a força’, diz a psicóloga que apoia famílias e professores de creche atacada em SC

“Fico satisfeita de contribuir com essas pessoas”. É assim que a psicóloga do Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil) da Prefeitura de Blumenau, Gisele Miranda Fischer, resume o trabalho com os familiares e alunos da creche Cantinho Bom Pastor, alvo de um ataque na última quarta-feira (5).

Psicóloga fala sobre trabalho com alunos, pais e professores da creche que sofreu ataque em SC – Foto: Lucas Dias/ND

“A gente tá acolhendo as crianças e famílias que vem para retomar as atividades aqui no CEI. As crianças de uma maneira geral estão aceitando bem, passear aqui pela instituição, reencontrar os profissionais, os pais também se sentem muito bem acolhidos. A gente vê a força dessas profissionais aqui, se recompor diante do que aconteceu”, detalha Gisele.

Gisele contou à reportagem do portal ND+ que atua na área há 20 anos e que nunca imaginou que um dia estaria trabalhando diante de uma situação como essa. “São vários fatores que estão por trás de uma tragédia como essa. A gente percebe uma sociedade adoecida. E o que vem acontecendo aqui no CEI das pessoas se aproximarem, se unirem, enfrentarem os seus medos, é o que a gente tem pra fazer. O que acho que tem de melhor né, no sentido da gente se confortar e reconstruir. Quem puder ajudar, quem quiser se aproximar, a equipe está disposta a acolher e ajudar”.

Como preparar as crianças para a volta às aulas

Em entrevista para a NDTV, uma psicóloga da Polícia Civil e uma delegada da Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente (DPCAMI) explicaram como conversar e passar segurança para os pequenos.

Ao ser questionada sobre como conversar com as crianças a respeito do ataque registrado a creche da cidade, a psicóloga explica que depende da idade, mas que é importante ser sincero sobre o que ocorreu.

“Crianças muito pequenas não vão entender exatamente o que está acontecendo, mas elas sentem que foi algo grave ao ver a mobilização ao redor. Então eu recomendo que os adultos sejam sinceros em relação ao que estão sentindo e contar que está triste. Já as crianças maiores, deve ser sincero, porque elas percebem que tem algo acontecendo, que alguém entrou na escola e machucou aquelas crianças”.

ND+ não irá publicar os nomes do autor e das vítimas do ataque, assim como imagens explícitas do crime. A decisão editorial foi feita em respeito às famílias e ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), também para não compactuar com o protagonismo de criminosos.

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