Mensageiro: prefeito de Itapoá usou propina para comprar imóvel e financiar campanhas

O prefeito de Itapoá, Marlon Nebuer (PL), disse em depoimento durante audiência de instrução do processo nesta terça-feira (30), em Joinville, no Norte do Estado, que usou valores de propinas para comprar imóvel e colaborar com campanhas eleitorais.

Dinheiro foi apreendido na casa do prefeito Marlon e o prefeito Marlon, de Itapoá – Foto: Divulgação/ND

O prefeito da cidade do Litoral Norte catarinense está preso desde dezembro de 2022 por causa desdobramentos da Operação Mensageiro. Conforme Marlon, ele recebeu ao longo dos anos cerca de R$ 460 mil da empresa Serrana. O primeiro valor recebido antes mesmo de ser eleito, de R$150 mil, foi aplicado em partes em sua campanha.

Com outros valores recebidos ao longo dos anos, ele teria comprado um imóvel. O prefeito não detalhou que tipo de imóvel seria, nem se o bem estaria localizado em Itapoá. Além disso, afirmou que usou valores em campanhas no âmbito estadual e federal em 2018.

O esquema envolveu até mesmo o financiamento de um evento gospel. O “mensageiro” usou um codinome para entrar em contato com funcionários da prefeitura para pagar R$ 2 mil e ajudar nos custos do evento.

Envelopes eram recebidos pelo cunhado

Em depoimento, o cunhado de Marlon, que recebia os envelopes, afirmou não ter ligação no esquema. “Eu não participei do esquema, fui envolvido”, disse. Sem concordar com as ações do cunhado, teria parado receber os envelopes nos últimos dois anos.

“Não compactuava, não precisava disso, não ganhava nada, nem abria os envelopes”, afirmou. “Nunca compactuei. Já falei varias vezes para o Marlon que isso não era certo. Não sabia se denunciava meu cunhado. E nos últimos dois anos parei”

Ele chegou a estar na Serrana com o cunhado, sabia que tinha algum tipo de negociação entre eles, mas afirmou não conhecer detalhes sobre o acordo entre o prefeito e a empresa.

Impeachment

Preso desde o dia 9 de dezembro do ano passado pela Operação Mensageiro, Marlon também está enfrentando um processo de impeachment no município.

A abertura do processo de impeachment foi aprovada por unanimidade no começo de maio pelos vereadores de Itapoá. Neuber é suspeito de receber propina para favorecer empresa de saneamento na prestação de serviços na cidade.

Ele foi preso em 9 de dezembro de 2022, na 1ª fase da investigação. Mesmo preso, Marlon Neuber manteve seu mandato, pois pediu afastamento temporário do cargo em duas ocasiões, recebendo aprovação dos vereadores.

Assim, o vice-prefeito Jeferson Garcia (MDB), comanda o município interinamente desde a prisão de Neuber.

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