Fetrancesc: “O oeste de SC está abandonado”

Ao longo das últimas décadas, os investimentos públicos para construção, melhoria, manutenção e recuperação de rodovias tiveram um decréscimo assustador, quando deveriam, ao contrário, receber maior volume de recursos financeiros. Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, a frota de veículos teve um aumento de 50%, enquanto a malha rodoviária melhorou apenas 5%. Outro exemplo: o setor de infraestrutura contava com repasse anual de 2% do PIB e hoje apenas exíguos 0,10%.

Estas informações foram dadas pelo presidente da Fetrancesc – Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Santa Catarina, Dagnor Schneider, durante entrevista no “Conexão ND”, exibida pela Record News, disponível no Portal ND+ e redes sociais.

Dagnor Schneider, presidente da Fetrancesc, em entrevista ao Conexão ND – Foto: Moacir Pereira

Ele revelou que a situação das estradas federais e estaduais em Santa Catarina é dramática, péssima. Pelas últimas pesquisas, apenas duas rodovias são consideradas boas pelos padrões técnicos: a BR-101, no litoral, e a BR-116, no Planalto. Ambas são concessionadas à Arteris.

A BR-101 é a mais congestionada e tem trechos em situação precária, ameaçada pelo caos, sobretudo, entre Porto Belo e Penha.

Um levantamento revelou que no percurso entre Criciúma e Navegantes, a média de velocidade fica em apenas 30 Km por hora.

Outro estudo técnico realizado indicou que 80% das estradas federais são consideradas regulares, ruins e péssimas. Esta condição passa para 95% quando se trata das rodovias estaduais.

Natural de Concórdia e há mais de 30 anos atuando como empresário do setor, Dagnor Schneider mostra-se indignado com a situação da SC-283, que liga Concórdia ao extremo oeste, passando por Chapecó: “Uma rodovia, vital para a economia estadual, está intransitável.”

E sobre estradas da região, completa: “O oeste de Santa Catarina está abandonado.”

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