Grande Florianópolis tem caixa d’água gigante que abastece 900 mil pessoas por dia

Capacidade da estação de tratamento de Palhoça, que abastece cinco municípios da região metropolitana, equivale a 180 mil reservatórios de 1000 litros – Foto: Casan/Divulgação

Imagine uma caixa d’água de 1000 litros, indicada para o consumo médio diário de seis a sete pessoas. Agora pensa em uma caixa d’água gigante capaz de atender 900 mil pessoas por dia. Não é peça de ficção. A estrutura que equivale a 180 mil caixas d´água está localizada no bairro Aririú, em Palhoça. Trata-se da maior unidade de tratamento de água do Estado, a ETA (Estação de Tratamento de Água) José Pedro Horstmann.

Para se ter uma ideia da magnitude do complexo, ele é três vezes maior que a ETA da Casan em operação hoje em Criciúma, dez vezes maior que a instalada em Rio do Sul, seis vezes maior que a de Chapecó e atende os moradores de Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça, São José, Biguaçu e Florianópolis (Centro e região continental).

A estação alcança 9,7 metros de altura e tem 82 metros de comprimento, em 4,2 mil metros de área construída, que consumiu mais de 4.500 metros cúbicos de concreto.


A estação alcança 9,7 metros de altura e tem 82 metros de comprimento – Vídeo: Casan/Divulgação

Para o suprimento da ETA, a Casan utiliza dois mananciais de captação, do Rio Vargem do Braço (Pilões), onde esse trabalho é feito por meio de gravidade, através de três grandes adutoras; e do Rio Cubatão, onde a captação ocorre por bombeamento, através de duas adutoras.

O diferencial da operação para manter a caixa d’água sempre abastecida é a interligação dos sistemas de captação e distribuição de água. O manejo, de acordo com a Casan, é feito parte manual e parte automatizada por meio de macromedidores para verificação das vazões, manômetros de pressão e também por registros de manobras em válvulas e registros distribuídos ao longo da rede.

“O monitoramento também é realizado por meio de análises, feitas a cada duas horas, 24 horas por dia, e ainda por telemetria, o que garante o funcionamento adequado das operações. A prioridade é utilizar o manancial de Pilões, que vem por gravidade sem custo de energia. O restante vem do Cubatão, que é um manancial com maior potencial hídrico”, explica Pedro Joel Horstmann, diretor de Operações e Expansão da Casan,

Captação de água

Capacidade da estação de tratamento de Palhoça, que abastece cinco municípios da região metropolitana, equivale a 180 mil reservatórios de 1000 litros – Foto: Casan/Divulgação

Para atender toda essa população, a Casan tem um dos mais eficientes sistemas para realizar esse trabalho na região, o floco decantador. Desde dezembro de 2016, o equipamento permitiu a instalação de duas novas etapas no processo de tratamento da água, que ampliaram a capacidade de tratamento da estação em até 50% e a produção de 2.000 para 3.000 litros por segundo. Houve também um aumento considerável da qualidade da água tratada.

“Essa obra é a mais complexa já realizada pela Casan. Possibilitou a regularidade no abastecimento de água da Capital e região e que essa distribuição chegue mais rápido para a comunidade, principalmente no período de maior consumo, ou seja, às vésperas do Natal e Ano Novo”, Laudelino Bastos, diretor-presidente da companhia catarinense de águas e saneamento.

A Estação de Tratamento de Água em Palhoça também tem em sua estrutura uma unidade voltada ao tratamento de lodo, proveniente do tratamento de água. Esse sistema é composto por tanques de equalização, tanques de adensamento e rosca parafuso de lodo, com o objetivo de realizar o desaguamento do lodo. Após esse processo, o lodo desaguado é encaminhado para o aterro sanitário.

Quem foi José Pedro Horstmann

Morto em 2016, mesmo ano da inauguração da ETA em Palhoça, o técnico José Pedro Horstmann, mais conhecido como seu Zezeca, era funcionário aposentado e uma referência dentro da Casan. Ele é pai de Pedro Joel Horstmann, diretor de Operações e Expansão da Casan.

Egresso do extinto Daes (Departamento Autônomo de Engenharia Sanitária), ele foi incorporado à companhia em 1971, quando a estatal foi criada por autorização do então governador Colombo Machado Salles.

Por 53 anos, dedicou-se ao abastecimento de água, especialmente na Grande Florianópolis, onde trabalhou 35 anos apenas na Casan, que considerava sua “segunda família”.

Exemplo de simplicidade de vida e de dedicação à empresa, José Pedro Horstmann dá nome à maior  ETA (Estação de Tratamento de Água) da CASAN.  Não por acaso o ex-funcionário morava ao lado da estação e da área de captação. Da varanda de sua casa admirava diariamente as águas do Rio Cubatão.

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