Alvos em SC e manipulação em dez jogos: entenda 2ª fase da Operação Penalidade Máxima

O Ministério Público de Goiás, por intermédio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) de Santa Catarina,  cumpriu dois mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (18), nas cidades de Chapecó e Tubarão.

Segunda fase da operação Penalidade Máxima foi desencadeada nesta terça-feira (18) – Foto: MP de Goiás/Divulgação/ND

Os mandados fazem parte da Operação Penalidade Máxima II, que visa obter provas sobre uma suposta associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional, inclusive do Brasileirão Série A.

Segundo o MP de Goiás, nesta nova etapa da operação estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados (veja abaixo onde).

  •  Goianira (GO);
  • São Paulo (SP);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Recife (PE);
  • Pelotas (RS);
  • Santa Maria (RS);
  • Erechim (RS);
  • Chapecó (SC);
  • Tubarão (SC);
  • Bragança Paulista (SP);
  • Guarulhos (SP);
  • Santo André (SP);
  • Santana do Parnaíba (SP);
  • Santos (SP);
  • Taubaté (SP);
  • Presidente Venceslau (SP).

Jogador da Chapecoense é alvo da operação em SC

Um dos mandados cumprindo em Santa Catarina foi contra o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, conforme apurado pelo colunista Eduardo Florão. O jogador foi conduzido para depoimento e teve o celular apreendido para investigação.

Victor Ramos atuou na Chapecoense em 2022 e retornou recentemente  – Foto: Júlia Galvão/Chapecoense/ND

Apesar da suspeita contra Ramos, nenhum jogo da Chapecoense é investigado na operação. Em nota, o clube disse que “confia na integridade profissional do atleta” e que irá “colaborar totalmente com as autoridades”.

Ainda à coluna de Florão, Lucas Reis, agente do jogador, afirmou que o atleta nunca teve participação em operações de apostas esportivas e manipulações de resultados.

Victor Ramos defendeu a Chapecoense em 29 jogos na temporada passada. No início de 2023 se transferiu para a Portuguesa, mas voltou ao Verdão do Oeste na reta final do estadual.

Entenda o caso

A primeira etapa da operação aconteceu em fevereiro e buscou provas de uma associação criminosa envolvida na manipulação. O objetivo do esquema seria viabilizar as apostas em valores elevados.

Para isso, alguns atletas receberiam parte dos ganhos, em caso de êxito. A estimativa é que cada suspeito recebeu cerca de R$ 150 mil por aposta.

Entre as práticas, está a aposta em pênaltis cometidos no primeiro tempo dos jogos. Assim como existem elementos que o grupo participou de, no mínimo, três jogos da Série B de 2022 com esquema que pode passar dos R$ 600 mil.

Além do jogo entre Tombense e Criciúma, a investigação abrange ainda atuação nos confrontos entre Vila Nova e Sport, e Sampaio Corrêa e Londrina.

Segundo o MP, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado também em pelo menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em cinco partidas de Campeonatos Estaduais, entre eles, os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista, todos deste ano.

Confira a nota da Chapecoense na íntegra

A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.

A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.

Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso.

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