Jorginho Mello pede ajuda a famílias para prevenir violência: ‘precisamos ser mais analógicos’

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), afirmou que é necessário que a família esteja mais próxima das crianças e dos adolescentes para evitar episódios de violência. “Precisamos ser mais analógicos com nossas famílias”, destacou.

Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello – Foto: Cristiano Estrela/Especial para o ND

A fala aconteceu na manhã desta terça-feira (18), em uma reunião com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, para debater o reforço da segurança nas escolas.

“Precisamos trazer para dentro da escola, falar analiticamente. Não dá para entregar celular para filho ou neto e deixar”, reforça.

Durante seu discurso na reunião dos governadores no Palácio do Planalto, o governador catarinense lembrou da tragédia em Blumenau em de abril, no ataque à Creche Bom Pastor.

“Endentamos uma situação jamais vista. Um monstro pulou o muro, por isso não adianta muros altos”, afirma o governador.

Mello contou que formou um grupo no Estado com representantes de vários órgãos, como Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, prefeitos, entre outros, para que se produza uma lei. Mas o governador afirma que o que realmente vai prevenir os ataques e qualquer outra situação de violência é a presença das famílias.

Ao final da reunião, o chefe do executivo estadual anunciou que vai entregar um documento ao governo federal para ajudar a custear os policiais militares aposentados que devem fazer segurança nas escolas estaduais. “Vamos pagar R$ 4 mil para cada. O gasto é de R$ 70 milhões. Precisamos de recursos”, reitera.

Reunião com Lula e governadores

Governadores e prefeitos de todo país e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino e da Educação, Camilo Santana, além da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, também estiveram no encontro.

A preocupação dos governadores e prefeitos é com a onda de violência nas unidades de ensino. O ápice foi na cidade de Blumenau.

O ministro da Educação anunciou novas medidas para ajudar no combate e prevenção da violência. São recursos por meio do FNDE (Fundo Nacional da Educação) que vão estar disponíveis.

Também cerca de R$ 200 milhões do Plano de Ação Articulada para ações voltadas para saúde mental. Segundo o ministro, é importante ter trabalho voltado para ação prática, mas também apoio psicológico.

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, apresentou um balanço do que tem feito depois do ataque em Blumenau. Segundo ele, foram 225 presos ou adolescentes apreendidos.

Outras 624 pessoas foram intimidadas para prestar depoimentos. A polícia cumpriu 155 mandados de busca e apreensão de materiais para investigação.

Ao todo, foram 1.595 boletins de ocorrência registrados sobre casos envolvendo ameaças de ataques. Além destes, outros 1.224 casos estão sendo investigados. Foram realizadas 756 remoções de perfis em redes sociais que difundiam ódio e 100 pedidos de preservação de conteúdo para investigação.

Ao todo, foram 4 mil denúncias já realizadas ao Ministério da Justiça. “Estamos diante de uma epidemia”, afirma o ministro.

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