Escolas da Grande Florianópolis não terão segurança armada, definem prefeituras

A Granfpolis (Associação dos Municípios da Grande Florianópolis), que congrega 22 municípios da região, reuniu nesta quarta-feira (19), na sede da entidade, prefeitos e secretários de educação e segurança pública para debater a segurança nas comunidades escolares. Autoridades também discutiram a necessidade de consultar o TCE (Tribunal de Contas do Estado) quanto aos investimentos emergenciais feitos em segurança.

Reunião da Granfpolis ocorreu nesta terça-feira (19) – Foto: Divulgação/Prefeitura de São José/ND

Foi definido, em consenso, por todas as autoridades presentes, a utilização de guarda não armada nos ambientes escolares. Outra definição foi a colocação de grades em vez de levantar muros.

Além disso, na próxima Assembleia da Granfpolis, marcada para 28 de abril, os prefeitos irão deliberar sobre a criação do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública.

Durante a reunião, também foi apresentada uma cartilha pelo diretor da Defesa Civil de São João Batista, Kleber de Moura, com sugestões a pais, professores e alunos sobre a segurança. Ela será disponibilizada aos demais municípios para que utilizem como modelo.

Conforme o presidente da Granfpolis e prefeito de Paulo Lopes, Nadir Rodrigues, a importância do encontro é padronizar essas e outras próximas atitudes das prefeituras da Grande Florianópolis.

“Independentemente de partido de cada prefeito, devemos agir em grupo e de maneira uniforme. Claro que tudo isso vamos fazer em consonância com a educação para não agredir o público-alvo, que são os pais, crianças e educadores.”

O secretário de Segurança Pública de Florianópolis, coronel Araújo Gomes, reafirma essa fala ao ressaltar a relevância da reunião para alinhar o foco de todos os municípios para atitudes em conjunto.

“Todos nós aqui temos uma grande oportunidade de unificar a linguagem para que os prefeitos e suas administrações saiam dessa zona de pressão, de ter que tomar uma ação e morrer de medo de ser algo diferente dos outros”, diz. “Os municípios têm um grande desafio de estabelecer alguns parâmetros mínimos de ação, com uma linguagem padronizada para evitar desavenças e dúvidas sobre a ação de cada lugar”.

O coronel também declara a necessidade de diminuir o risco e o medo no dia a dia das escolas.

“Temos três linhas de ação. Primeiro passo, a prevenção. Temos que estar mais próximos das pessoas da comunidade escolar, com mecanismos para identificar aquele perfil que está em fases anteriores ao ataque. Estar próximo também, para ser capaz de repassar informações assim que elas chegam como, por exemplo, uma navegação perigosa na internet, boatos que circulam entre os alunos e, a partir disso, intervir.”

Segundo Gomes, o segundo e terceiro passo envolvem medidas de contenção, que impeçam e retardem uma ação caso aconteça, e planejamento entre as prefeituras.

Para o secretário de Educação de Biguaçu, Oscar Silva Neto, é importante que essas medidas de segurança não interfiram na rotina escolar.

“Estamos cautelosos e cuidadosos com a questão de segurança. Medidas foram tomadas em Biguaçu pensando nesse primeiro momento em conter o pânico, em acalmar a comunidade escolar e dar uma sensação um alívio, de que alguém está fazendo alguma coisa pela segurança. No entanto, o entendimento pedagógico não pode ser deixado de lado”.

Segundo Neto, historicamente existe uma confusão entre o espaço educacional com o espaço prisional.

“Nós precisamos tomar esse cuidado. Faço um apelo a todos os gestores, prefeitos, profissionais da engenharia e da educação, para que cuidemos do aspecto da segurança sob a ótica pedagógica. Porque a discussão de muro ou grade faz sentindo, mas optar pela grade, de qual tipo ela seria, se ela teria eletricidade ou não, de que cor nós vamos pintar, em qual altura. Tem que se pensar em tudo isso, para que as crianças se sintam acolhidas no espaço, e não amedrontadas.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.