Em Navegantes, professora utiliza a arte para abordar a Síndrome de Down

Basta observar as produções do cinema para identificar os inúmeros momentos em que a arte recria a vida e vice-versa. Quando o assunto é a Síndrome de Down, existem algumas criações conhecidas, como os filmes “Cromossomo 21” e “Colegas”. Na Escola Municipal Professora Vilna Corrêa Pretti, os estudantes do nono ano já conhecem bem as barreiras e desafios que foram superados nas produções brasileiras.

Alunos e professores participaram da exposição de cartazes sobre Síndrome de Down

Alunos e professores participaram da exposição de cartazes sobre Síndrome de Down – Foto: Alana Águida Berti

A iniciativa de abordar a Síndrome de Down por meio da arte foi da professora Alana Águida Berti, que aproveitou a disponibilidade do tema no planejamento anual.

Mais do que explicar na teoria, o objetivo era trazer para o cotidiano exemplos e situações que pudessem ser compreendidos pela turma. “Todos nós temos nossas limitações, nossas habilidades, nossos defeitos e nossas qualidades. Temos que buscar aprimorar”, conta a educadora.

O primeiro passo foi assistir aos filmes, observando as criações e a direção de dois autores brasileiros — outro ponto em comum das obras. A etapa seguinte foi criar um cartaz em grupo, expondo características e informações sobre a Síndrome de Down.

“Teve um que fez uma espécie de propaganda, de campanha publicitária; outro fez uma poesia; outro fez quatro cartolinas e acho que tinham quatro vidas reais que eles pesquisaram e montaram livros”, conta a professora.

Mais do que compreender os cenários e situações que podem surgir na vida de quem convive com a síndrome, a experiência também foi uma forma de impulsionar outras linguagens, desenvolvendo habilidades.

“A arte é como a espinha dorsal de todas as outras disciplinas, porque ela conversa com a matemática, com a história, com as ciências, com tudo. E as pessoas, por desconhecimento, acham que artes não é importante”, finaliza Alana.

Pelos olhos da arte

Quem pensa que criar uma ilustração, filme ou livro é algo simples, só depende da inspiração, está bem enganado. O processo vai além, começando em um dos itens mais importantes: a pesquisa. Mesmo que o responsável por dar vida e cor seja o autor, ele deve compreender a temática para produzir.

Durante a criação, é como se arte ganhasse vida, extrapolando a proximidade com o telespectador ou admirador. “Às vezes você olha um quadro e não entende, esses de rabisco de pintura que você não sabe o que é, mas o bom da arte é isso, o artista não faz arte para o público, faz para colocar para fora o que está perturbando ele, e para ele faz sentido”, conta a professora de artes.

Conhecendo a Síndrome de Down

Quando o assunto é a Síndrome de Down, existem alguns aspectos que devem ser avaliados. O primeiro é que o caso não deve ser caracterizado como doença, afinal, a única alteração que ocorre é a mudança no número de cromossomos, fator que contribui com possíveis limitações físicas e intelectuais.

No Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 300 mil pessoas convivem com a Síndrome de Down. Para marcar a causa, o dia 21 de março é conhecido como o Dia Internacional da Síndrome de Down.

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