Conheça 10 curiosidades sobre os barcos que disputam a The Ocean Race

A regata transoceânica The Ocean Race coleciona desafios e testes para os competidores. Entre eles, está a vida a bordo de um veleiro, com espaço limitado e adaptações fitas para   garantir as condições de sobrevivência das equipes. Os cinco barcos que partem de Itajaí, no Litoral Norte de SC, neste domingo (23) para a próxima etapa da competição não possuem quarto, banheiro, e nem cozinha.

Barcos possuem adaptações para sobrevivência em alto mar – Foto: The Ocean Race/Reprodução/ND

Nesta edição, as equipes competem em veleiros da categoria IMOCA 60. São barcos mais tecnológicos e velozes, que chegam a atingir 70 quilômetros por hora e “voam” sobre a água graças aos foils laterais.

Os veleiros IMOCA são um pouco menores que os VO65 usados anteriormente, com 60 pés (18,3 metros de comprimento) e são feitos em carbono.

Para que o público possa entender um pouco sobre como é a dinâmica da vida em alto mar durante a corrida, o Race Boat Experience é uma atrações presentes na na Vila da Regata.

Velejadores enfrentam desafios durante jornada pelos oceanos – Foto: Team Malizia/Reprodução/ND

O espaço exibe a réplica de um barco da classe VO65 cortada ao meio. No local, o público pode conhecer o interior da embarcação, que foi usada na última regata, em 2018.

Confira algumas curiosidades do dia a dia em alto mar:

1 – Extremamente pesado

Apenas o barco, sem considerar motor, painel de controle e quilha, pesa seis toneladas. Com todas as partes do veleiro, são 12 toneladas. Além disso, são necessários três tanques de água salgada para nivelar o peso do barco, de forma a não virar no mar. Por conta disso, diversos itens precisam ser deixados de fora.

2- Comida desidratada

Quanto menos peso, mais rápido o barco flutua, chegando a voar sobre a água. Para isso, são necessárias algumas escolhas, como não levar comida física. Isso mesmo, os velejadores se alimentam de comida desidratada, a mesma que os astronautas utilizam. São diversos sabores para escolher, tendo até mesmo estrogonofe.

Velejadores tem opções limitadas de alimentação- Foto: Viva Mexico/Reprodução/ND

3- Não tem cozinha

Não há espaço para cômodos convencionais como uma residência. A cozinha de um veleiro é, na verdade, uma pequena bancada com dois aquecedores para ferver a água e misturar com a comida desidratada, que é solúvel. Louças? Sem chance, nem haveria a possibilidade de lavar e guardar. Os velejadores comem na própria embalagem da comida em pó diluída.

4- Dessalinizador

Como os velejadores ficam diversos dias em alto mar e precisam diminuir o peso levado na viagem, não é possível levar água potável para beber. Por isso, eles utilizam um dessalinizador que extrai a água salgada do mar, filtra e transforma em água potável para consumo. O tanque consegue armazenar até 80 litros de água.

5- Sem contato com a família

Em alto mar a única forma de comunicação é através de satélite. Há um celular satélite, mas fica guardado em uma caixa para ser usado apenas em emergências.

Já a outra conexão via satélite é através do rádio direto com a equipe organizadora da The Ocean Race. O rádio satélite pode ser apenas usado para falar com a equipe de terra, ou seja, os velejadores não podem falar com membros da família.

Competidores passam por longos períodos longe de casa – Foto: The Ocean Race/Reprodução/ND

É permitido levar celulares, mas dificilmente eles encontram sinal de telefone, apenas quando estão muito próximo da costa.

6- Resolver problemas

Cada barco conta com cinco tripulantes, sendo um capitão e um repórter a bordo. Devido à dificuldade de comunicação com a terra, é muito difícil solicitar qualquer tipo de ajuda, então os próprios velejadores precisam resolver problemas no barco.

Sendo assim, cada tripulante tem uma especialidade que possa ajudar no barco, como mecânica e até mesmo primeiros socorros.

7- Banho e banheiro

Pela falta de espaço e economia de água, o banho não é possível durante a corrida. Cada velejador pode utilizar dois lenços umedecidos para sua higiene durante o dia, como um “banho a seco”. Embora o modelo disposto na Vila tenha uma espécie de vaso sanitário, o IMOCA não conta com o item.

8 – Dormir

Os velejadores também precisam descansar, por isso eles se dividem em turnos de quatro horas de sono. É necessário que três pessoas fiquem sempre acordadas para garantir a segurança de todos. Os barcos contam com beliches do lado interno, mas geralmente eles preferem dormir no compartimento onde guardam a vela, por ser mais confortável e seguro.

Atletas enfrentam dificuldades para dormir no barco- Foto: Team Malizia/Reprodução/ND

9 – Sustentabilidade

Todos os barcos da competição têm um aparelho que coleta dados dos oceanos para pesquisa posterior. Além disso, os velejadores largam boias em pontos específicos para coletar dados sobre a temperatura da água.

10 – Rituais de velejador

Na primeira viagem de um velejador, a equipe faz uma espécie de “batismo” na água. E quando um tripulante dá a volta ao mundo pela primeira vez, eles fazem uma tatuagem que representa este feito, como um símbolo.

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