Alunos da Rede Municipal de São José participarão de projeto que simula eleição

Pensar nos processos que antecedem a ida até as urnas será o novo desafio de quatro mil alunos da Rede Municipal de São José. Nos próximos seis meses, os estudantes do sexto ao nono ano vão vivenciar as tarefas e atividades que fazem parte de uma eleição — desde a criação de um partido político até a escolha dos eleitos.

Alunos e profissionais da educação participam de evento de lançamento do projeto de eleição na rede

Alunos e profissionais da educação participam de evento de lançamento do projeto de eleição na rede – Foto: Projeto Educação em Direitos Humanos /Univali/divulgação

A iniciativa, intitulada de “Cidadania, Participação e Direitos Humanos” é uma parceria do projeto de extensão Educação em Direitos Humanos, vinculado ao curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), campus Kobrasol, e a Secretaria Municipal de Educação de São José.

Para que a experiência seja vivenciada pelos futuros eleitores e candidatos, as escolas devem selecionar as turmas participantes. O foco será a criação dos planos de governo, incluindo convenções partidárias, debates, pesquisas eleitorais e campanhas.

A eleição será válida para todos os participantes do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, mas a candidatura estará disponível apenas para aqueles que estão no oitavo ou nono ano, com diplomação dos eleitos em novembro.

Cidadania, comunicação, conhecimento sobre direitos e deveres, capacidade analítica e de exposição de ideias são alguns dos ganhos que poderão ser obtidos durante a eleição fictícia.

“Com a experiência que fomos adquirindo com nossas atividades junto à Rede Municipal de São José, nós sempre quisemos desenvolver um projeto de intervenção que se conecta, de uma única vez, todas as cinco dimensões que constituem o todo da educação em direitos humanos”, conta o coordenador do projeto e docente do curso de Direito da Univali, Rodrigo Mioto dos Santos.

Além das mudanças pedagógicas, outro intuito é aproximar os jovens da política, explicando os processos. “Queremos deixar muito claro que não são as pessoas que estão a serviço da política, mas a política que está a serviço de cidadãs e cidadãos. Os políticos existem para pensar e executar boas políticas públicas, que garantam direitos, que reduzam desigualdades e que gerem desenvolvimento igualitário e sustentável”, comenta o responsável.

Dentro da escola, alguns educadores serão os responsáveis por coordenar o processo que antecede a eleição, tendo como pauta os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas)— a ideia é que cada unidade opte por um tema, trazendo o assunto para a realidade do município.

“Os professores de filosofia participam, no momento, de uma formação com o professor Mioto, e serão os principais motivadores e multiplicadores de como trabalhar com os ODS escolhidos pelas turmas. Formarão uma equipe com professores de outros componentes para trabalhar a temática com os estudantes. E auxiliarão todo o desenvolvimento da etapa de eleição nas escolas”, expõe o diretor de ensino da Secretaria Municipal de Educação de São José, Alexandre Gandolfi Neto.

A eleição também é uma chance para a evolução dos participantes.  “Este projeto é de extrema importância na formação dos estudantes. Promove o desenvolvimento de valores fundamentais para a convivência em sociedade, estimula a reflexão crítica sobre questões sociais e ambientais e a busca por soluções que promovam a igualdade para todos. Contribui para a construção de um futuro mais engajado e consciente em que os direitos humanos são respeitados e valorizados”, explica Alexandre.

Compreender a função dos direitos humanos no cotidiano será uma realidade apresentada para as turmas. “Se estudantes e famílias, ao final do projeto, compreenderem que falar de educação, de saúde e bem-estar, de erradicação da fome e da pobreza ou de igualdade entre homens e mulheres, por exemplo, é falar sobre direitos humanos, penso que teremos feito uma contribuição importante em matéria de educação em direitos humanos e desmistificação de alguns discursos que nada contribuem para a construção de nossa democracia”, finaliza Rodrigo.

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