Jovem sequestrada por ex-sogra e atual do ex foi mantida em cárcere em 6 locais diferentes antes de ser morta, aponta denúncia


Além delas, companheiro da ex-sogra e ex-cunhado da vítima viraram réus no processo. Jéssica Elias da Rosa foi encontrada morta dois meses após vítima desaparecer em Braço do Norte. Corpo de jovem sequestrada por ex-sogra e pela atual do ex é encontrado em SC
Jéssica Elias da Rosa, de 23 anos, encontrada morta em 23 de março em Braço do Norte, no Sul de Santa Catarina, foi sequestrada e mantida em cárcere em seis locais diferentes, incluindo casas, grutas e sítios, antes de ser assassinada, apontou a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A vítima foi atraída por uma mensagem de um perfil falso nas redes sociais.
O Poder Judiciário aceitou a denúncia sobre o caso na segunda-feira (24). Viraram réus a ex-sogra, de 41 anos, o companheiro dessa acusada, um homem de 37 anos, a atual namorada do ex de Jéssica, de 28 anos, e o ex-cunhado, de 24 anos. Todos estão presos preventivamente.
Jéssica estava desaparecida desde 20 de janeiro, quando foi sequestrada, segundo a delegada Jucinês Ferreira. O corpo da vítima foi encontrado na noite de 23 de março, em uma área de mata isolada em Braço do Norte.
Denúncia
Segundo o MPSC, a ex-sogra, o companheiro dela e a atual namorada do ex de Jéssica atraíram a vítima com um perfil falso nas redes sociais para um encontro com o homem de 37 anos. Eles disseram à vítima que ele tinha um recado do ex-namorado dela, que está preso.
Jéssica chegou ao ponto de encontro de bicicleta. Os três criminosos estavam de carro e bateram o automóvel contra o veículo da vítima. Eles obrigaram Jéssica a entrar no carro e a sequestraram.
A partir daí, a vítima foi mantida em cárcere privado. Ela esteve em seis locais diferentes nas cidades de Braço do Norte, Grão Pará, Orleans e Rio Fortuna, no Sul de Santa Catarina.
Jéssica Elias da Rosa, 24 anos, não é vista desde janeiro
PM/ Divulgação
Durante os três dias em que foi mantida em cárcere pelos criminosos, a vítima foi agredida e privada de cuidados como alimentação e água e, em determinados momentos, foi mantida amarrada e amordaçada.
As agressões e o estrangulamento praticados contra ela resultaram na morte, em 23 de janeiro. Inicialmente, os três criminosos enterraram o corpo de Jéssica em um sítio de Braço do Norte.
Porém, depois, já com a ajuda do ex-cunhado da vítima, desenterraram o corpo e levaram para outro local. A vítima foi envolta em material plástico e cobertor.
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O local escolhido foi uma região de mata fechada, de difícil acesso. Os quatro criminosos ainda colocaram cal sobre o corpo, para que a localização fosse ainda mais difícil.
A ex-sogra, o companheiro desta acusada e a atual namorada do ex de Jéssica vão responder por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e por dificultar a defesa da vítima, cárcere privado e ocultação de cadáver. Já o ex-cunhado da vítima, por ocultação de cadáver e coação.
O processo está em segredo de justiça e tramita na Vara Criminal de Braço do Norte. A denúncia foi feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Motivações
Segundo a denúncia, a ex-sogra e a atual namorada do ex de Jéssica tinham desavenças com a vítima. Isso porque o ex foi preso por ter causado um incêndio na residência de Jéssica em 2020. Dessa forma, a ex-sogra e a atual namorada do ex culpam a vítima pela prisão.
Além disso, haveria um perfil falso criado por Jéssica em uma rede social em nome da atual namorada do ex para atrapalhar o relacionamento deles.
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O QUE SE SABE e o que falta saber sobre o crime
O companheiro da ex-sogra, por sua vez, aderiu às motivações dela e da atual companheira do ex de Jéssica.
Já o ex-cunhado da vítima ameaçou o companheiro da mãe para que assumisse sozinho a prática dos crimes. A suspeita é que o ex-cunhado e a ex-sogra de Jéssica tenham envolvimento com uma organização criminosa.
Investigação continua
A maior parte do inquérito sobre o caso já foi entregue pela Polícia Civil. Porém, a corporação continua a investigação, pois falta esclarecer se o ex da vítima foi o mandante do crime.
Segundo a delegada, esse trabalho de perícia ainda não está concluído e deve ajudar a esclarecer essas questões.
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