Projeto social leva triathlon para crianças e adolescentes em Joinville

Natação, ciclismo e corrida. Modalidade olímpica, o triatlhon tem caído no gosto de crianças e adolescentes em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Isso porque a Escolinha de Triathlon Formando Campeões chegou na cidade há três anos e, hoje, tem 50 alunos e uma fila de espera de 400 crianças e adolescentes.

Escolinha de Triathlon tem 50 alunos em Joinville e fila de espera de 400 crianças e adolescentes – Foto: Divulgação/ND

O projeto social é financiado via Lei de Incentivo ao Esporte e é totalmente gratuito aos alunos que são divididos em quatro turmas com atividades duas vezes por semana. Os treinos acontecem na Univille, duram duas horas e abrangem natação, ciclismo e corrida. A escolinha era um sonho do ex-atleta olímpico Juraci Moreira e nasceu ainda em 2014, em Curitiba, sua cidade natal. Juraci disputou três Olimpíadas e depois de 20 anos de carreira, se aposentou e passou a se dedicar ao projeto, que se espalhou pelo país.

Atualmente, são 24 núcleos em diversos estados brasileiros e, em Santa Catarina, o único núcleo é o de Joinville.

“Aqui em Joinville, temos esse núcleo que está em seu terceiro ano. Falo que é um núcleo muito especial por essa estrutura que tem. Eles conseguem fazer as atividades com qualidade e segurança. Fico feliz de voltar aos núcleos e encontrar a meninada cada vez evoluindo mais e mesmo o rendimento não sendo o nosso objetivo principal, naturalmente eles vão participando de competições, evoluindo, ganhando”, fala.

Juraci viaja constantemente para visitar os núcleos e “competir” com a criançada. “É engraçado que está cada vez mais difícil. Quando me aposentei em 2014, era demonstração de show, hoje a maioria já ganha de mim”, brinca.

Supervisora, coordenador e idealizador do projeto participaram de atividade com as crianças – Foto: Divulgação/ND

Idealizador, padrinho e gestor do projeto, Juraci esteve em Joinville e admite que o esporte não é popular e, até mesmo, elitizado, mas comemora ter a oportunidade de levá-lo às crianças. “Quando me aposentei como atleta olímpico em 2014, era um sonho meu de pós-carreira ver o triathlon sendo praticado no Brasil por crianças que  talvez não tivessem a oportunidade nem de conhecer esse esporte. É o que está acontecendo, hoje nós temos 24 núcleos no Brasil, mais de 1,3 mil crianças praticando o triathlon, nadando pedalando e correndo de maneira 100% gratuita”, ressalta.

Coordenador em Joinville, Ivan Razeira salienta o interesse pelo esporte na cidade e destaca que o reflexo disso é a “fila” de espera para entrar no projeto.

“Hoje temos uma lista de espera bem grande e isso mostra que tem uma demanda reprimida, se tivéssemos mais vagas, teríamos mais crianças, mas temos uma limitação de espaço, de equipamento e nos dedicamos ao máximo para entregar o melhor possível para quem está dentro do projeto. O fato de ter muitas crianças querendo participar demonstra o potencial de material humano que a cidade tem para o esporte em si”, diz.

Aluna do projeto, a jovem Isabela Odevagen veio de Matinhos para Joinville para entrar no projeto. Aos 14 anos, ela começou no triathlon quando tinha 8 anos e, durante a pandemia, o projeto que participava na cidade paranaense parou e ela se mudou para Joinville.

“Lá parou e isso me afetou bastante, eu não fazia mais esporte, aí meu pai decidiu que eu viria para cá porque tinham aberto a escolinha. Vim morar com a minha irmã. É o que eu quero para a minha vida, já estou na categoria de alto rendimento, participei de uma prova em Florianópolis e agora, o próximo Brasileiro é dia 21 de maio, no Rio de Janeiro. O esporte faz parte da minha vida, é basicamente metade de mim”, garante.

Entrando no terceiro ano, a escolinha não tem como foco o alto rendimento e sim popularizar o esporte, torná-lo acessível e reforçar os valores do esporte.

“O nosso principal objetivo é fazer com que eles aprendam os valores do esporte, conheçam uma modalidade que ainda é pouco conhecida, que não está nas grandes mídias, não é muito popular. O triathlon acaba formando as crianças em três modalidades: natação, ciclismo e corrida. Então, ela tem a vivência de três modalidades e isso ela vai levar para a vida toda. Se não ficar na modalidade, ela tem uma vivência esportiva para ser mais ativa no futuro”, fala o coordenador.

“Acho que o principal desse projeto é que vão levar para a vida inteira o que aprendem aqui, a trabalhar em equipe, respeitar o professor, se esforçar, trabalhar duro para conquistar aquilo. A gente aprende a cair e levantar, esses ensinamentos que o esporte traz, eles levam para a vida inteira”, finaliza Juraci.

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