Ilha dos Patos? Reportagem do Floripa 350 explica nomes da Florianópolis de antigamente

Desvendar a história que há por trás de cada um dos nomes que a capital catarinense já teve antes de ser chamada de Florianópolis. Esse foi o desafio do jornalista do Grupo ND Helton Luiz, que assina esta reportagem do Floripa 350. Nesta missão, ele descobriu que não foram poucas as nomenclaturas que esta terra já recebeu.

Repórter Helton Luiz pesquisou e descobriu os mistérios dos nomes que Florianópolis já teve – Foto: Reprodução/NDTV RecordTV/ND

Antes da fundação de Florianópolis

A capital que abraça os catarinenses foi fundada há 350 anos pelo bandeirante Dias Velho. Muito antes disso, Florianópolis teve bastantes denominações.

Segundo historiadores, a mais antiga foi a de Meiembipe, que significa elevação do monte ao longo do mar, lugar acima do rio ou algo como pequena boca de água. Este nome foi dado pelos indígenas da tribo Carijós que aqui viviam antes do homem branco navegar por estas águas.

“Os povos Carijós, das tribos Tupi-Guarani, já adotavam estes nomes para a região. Os navegadores que passavam por aqui no século 16 e 17 entram em contato com estes indígenas e absorvem as nomenclaturas. Cartografias holandesas da época vão mostrar também referências a Florianóplis como Ilha dos Patos,” explica a historiadora Elaine Veras da Veiga.

Depois disso, os espanhóis adotam em carta náutica o nome de Ilha de Santa Catalina (Santa Catarina). “O catolicismo imperava em todos os territórios dominados pelos espanhóis e portugueses que na época detinham o maior poder náutico e as principais colônias. São países católicos, então estes nomes santos acabam aparecendo nas terras ocupadas”, pontua a historiadora Elaine Veras da Veiga.

Historiadora Elaine Veras da Veiga com o jornalista Helton Luiz no Forte de Santana – Foto: Reprodução NDTV RecordTV/ND

Após a fundação de Florianópolis

Foi nesta época que começaram no Brasil as explorações territoriais dos bandeirantes. “Alguns vieram para cá e requereram o local como Sesmarias, mas não tiveram muito sucesso. Em 1662, chega à Ilha, Francisco Dias Velho. O bandeirante de São Vicente passa por estas terras, mas não fica por muito tempo”, conta a historiadora.

Neste tempo, a orientação da coroa portuguesa era a de que os bandeirantes se fixassem na costa brasileira para impedir a ocupação de outras nações.

“Eles meio que caranguejavam pelo litoral, para evitar principalmente que espanhóis se fixassem na costa. Foi por isso que, em 1973, Dias Velho retornou à Ilha, desta vez com a família, amigos, padres e indígenas para fundar um povoado que deu origem a Florianópolis”, acrescenta Elaine.

Dias Velho conseguiu a posse da terra por meio de um pedido formal ao governo português. Isso datou a fundação de Florianópolis. Na época, ele escolheu o nome de Nossa Senhora do Desterro para a Capital. A cidade de Santos – onde Dias Velho viveu – tinha uma igreja na qual Nossa Senhora era a padroeira. Talvez por esta influência, Dias Velho tenha nomeado assim a Ilha da Magia.

Florianópolis só ganhou este nome depois da Proclamação da República. Foi uma homenagem ao marechal Floriano Peixoto – Foto: Reprodução/NDTV RecordTV/ND

O tempo passa e em 1726 o povoado de Nossa Senhora de Desterro deixa de pertencer a Laguna, tornando-se a vila de Desterro. Assim ficou por alguns anos até que, após a Proclamação da República (1889), o governo brasileiro decide homenagear o então comandante e presidente, Marechal Floriano Peixoto, dando o nome dele à capital de Santa Catarina: Florianópolis ou cidade de Floriano.

Confira a reportagem de Helton Luiz para o projeto Floripa 350 exibida no Balanço Geral:

Floripa 350

O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.

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