Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania nomeia professora da UFSC para cargo de assessoria

Letícia Cesarino, professora do Departamento de Antropologia da UFSC. Foto: Arquivo Pessoal

A professora Letícia Cesarino, do Departamento de Antropologia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC foi convidada pelo ministro Silvio Almeida para fazer parte da equipe do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), como assessora Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos. A professora já aceitou o convite e aguarda os trâmites legais para assumir o cargo.

Letícia Cesarino irá chefiar uma equipe responsável por montar um plano de Cidadania Digital para o MDHC, abrangendo as áreas de comunicação e educação em mídias digitais. “A ideia é trazer a experiência da pesquisa, não apenas minha mas de outras equipes no Brasil e exterior, acadêmicas e da sociedade civil, para pensar como abordar a educação para direitos humanos num contexto de mudança rápida propiciado pelas novas mídias, onde problemas como discurso de ódio e extremismo ganham uma influência e proporção inéditos no país”, explica a docente.

Letícia já estava envolvida desde o início do ano em discussões envolvendo o Ministério, a partir de um Grupo de Trabalho que estuda alternativas no combate ao discurso de ódio. “já há um certo fluxo de trabalho em andamento”, esclarece. O Grupo de Trabalho (GT) instituído em 22 de fevereiro é presidido pela ex-deputada federal Manuela D´Ávila e conta com mais de 20 representantes da sociedade civil. 

“O GT começou a apontar elementos para essa nova política, mas ela será desenvolvida inclusive através de diálogo interministerial com o MEC [Ministério da Educação], MJ [Ministério da Justiça], SECOM [Secretaria de Comunicação da Presidência da República]”, salienta Leticia. “Do ponto de vista do MDHC, a ideia é tanto aproveitar estratégias já consolidadas, por exemplo em organizações da sociedade civil que trabalham com educação e letramento midiático e proteção nas redes, quanto identificar e pensar desafios que são relativamente novos, como esse dos massacres nas escolas. Nesse sentido, a contribuição da pesquisa é central na identificação e compreensão de processos emergentes”, ressalta.

A questão da violência nas escolas, em especial os recentes massacres como o que vitimou crianças no último dia 5 de abril, em Blumenau, são atualmente prioridade para o MDHC assim como outras áreas correlatas no Governo Federal. “Estão dando prioridade máxima a essa questão, para impedir o escalamento desse tipo de violência a partir de várias frentes de atuação, estando o MDHC mais ligado à frente preventiva e educacional”, informa a professora Letícia.

“É importante que a sociedade entenda que um fenômeno complexo como esse tem múltiplas dimensões, não apenas a punitivista – sem atacá-las todas, de forma complementar, o problema persistirá,” alerta a pesquisadora.

Quando assumir o cargo, Letícia Cesarino deverá se afastar das atividades docentes e administrativas na UFSC. Atualmente ela atua em projetos de métodos mistos no campo da antropologia digital e tem trabalhado e publicado sobre cibernética e teorias de sistemas, plataformização, neoliberalismo e desinformação. 

Letícia Cesarino é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004), possui mestrado em Antropologia pela Universidade de Brasília (2006), e doutorado em Antropologia pela Universidade da Califórnia em Berkeley (2013), nos Estados Unidos.

 

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Mayra Cajueiro Warren / jornalista da Agecom / UFSC

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