‘Festeira profissional’: mulher abandona emprego e chama ex-chefe para abrir casa noturna em SC

Fazer do limão uma limonada. O ditado popular pode estar até um pouco gasto, mas cai como uma luva na história das sócias Vânia Uller, 39 anos, e Maria Lurdes Kienen, 64 anos, que enfrentaram desafios e superaram uma série de dificuldades para levantar um projeto ousado: abrir uma casa noturna em Blumenau.

‘Festeira profissional’: mulher abandona emprego e chama ex-chefe para abrir casa noturna em SC – Foto: Lorenzo Carvalho/Reprodução/ND

O projeto nasceu após os planos de Vânia de morar fora do país serem frustrados por dificuldades além do alcance. Depois de passar por processos burocráticos, solicitar vistos, pedir demissão e vender tudo o que tinha, a viagem não deu certo e a empresária teve que repensar os rumos da vida. Como sempre foi uma “festeira profissional”, ela decidiu unir diversão com trabalho e acabou encontrando uma vocação.

“Tentei ser sócia de uma casa (noturna) e não deu certo, então surgiu a ideia de abrir a minha. Chamei minha ex-patroa pra ser minha sócia e ela topou”, relembra Vânia.

“Parece estranho uma mulher de 64 anos se tornar sócia de uma casa noturna, mas fui porque conhecia a idoneidade da Vânia, que já tinha sido minha funcionária, e abracei a ideia para diversificar o meu segmento de mercado. E posso afirmar que foi uma excelente escolha”, complementa Lurdes.

Transição e exigência

Com o acordo fechado, Vânia deixou de vez o ramo têxtil (ela é modelista de formação) e passou a se dedicar integralmente ao projeto Verdant Music Bar. Todas as decisões foram tomadas em conjunto pela dupla, da escolha do espaço ao formato de atendimento, Vânia conta que desde o início ela sabia o que queria e, principalmente, o que não queria.

“Queríamos um espaço amplo, sem divisórias, em um bairro estratégico para alcançar clientes da região. Sobre a decoração e a estrutura, como ‘frequentadora de baladas’, eu sabia muitas coisas que me incomodavam nas casas noturnas, então usei essas ideias, procurei muita informação e passei para a nossa engenheira para colocarmos tudo em prática. E até hoje a cada mês que passa ainda mudamos e aperfeiçoamos ainda mais”, afirma.

O nome do espaço também foi escolhido para demonstrar a aposta das empreendedoras em um projeto forte. “Vi numa série, ‘O Arqueiro’ e fui procurar o significado de Verdant: verdejante, prosperidade, algo que prospera. O verde é associado a vários elementos: esperança, liberdade, saúde, vitalidade e relaxamento, e também está relacionado à riqueza e ao dinheiro”, explica Vânia.

Dificuldades e desafios

Mesmo após superarem as dificuldades de empreender e levantar um negócio do zero, as sócias precisaram passar por mais um desafio: a pandemia de coronavírus. A casa foi inaugurada duas semanas antes do fechamento geral determinado por conta da propagação do vírus e as sócias precisaram buscar formas de manter o negócio.

Após o primeiro momento de fechamento geral, elas adaptaram a casa para poder funcionar dentro das possibilidades permitidas. “Pelo espaço amplo que podia distanciar as mesas começamos a nos destacar e ficamos conhecidas na cidade. A casa não dava lucro na pandemia, mal dava para pagar as contas fixas”, relembra a empresária.

Com dificuldades, elas conseguiram enfrentar o período mais crítico e manter a casa em funcionamento. Quando a fase mais dura passou, elas já tinham um público estabelecido e um nome no mercado. “Somos a casa que mais cresceu nos últimos anos aqui na região e sabemos que o nosso público entende a nossa dedicação ao trabalho. Queremos seguir trazendo esse entretenimento de qualidade, com atrações exclusivas, não apenas para Blumenau, mas para o público das outras cidades da nossa região, que já nos prestigia muito”, finaliza Vânia.

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