O homem de 35 anos que assassinou a ex-companheira Ariane Isabel Tenfen Mendes, de 21 anos, com golpes de faca, foi condenado à prisão. O crime ocorreu em novembro de 2020, no município de Águas Frias, no Oeste de Santa Catarina. Ariane foi morta na frente da filha de apenas 3 anos.

Ariane Isabel Tenfen Mendes, tinha 21 anos e foi morta na frente da filha de 3 anos. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

O julgamento ocorreu na última sexta-feira (5) e o resultado foi divulgado nesta quarta-feira (10). O homem foi condenado a 32 anos, 4 meses e 28 dias por homicídio triplamente qualificado, ameaça e lesões corporais. As informações foram divulgadas pelo TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). 

Também foram reconhecidas as qualificadoras de motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Além disso, a pena foi aumentada porque o homicídio ocorreu na presença da filha do casal e mediante descumprimento de medidas protetivas em favor da vítima. O condenado também terá que pagar o valor de no valor de R$ 100 mil aos familiares de Ariane.

Conforme a denúncia, a mulher foi ameaçada pelo ex-companheiro nos dias 7 e 8 de agosto de 2020, e ainda em 23 de outubro do mesmo ano. Em outubro, o agressor deu socos e empurrões em Ariane. Foi então que a jovem pediu medidas protetivas, solicitação deferida em 4 de novembro.

Ciente da proibição de se aproximar da ex-companheira e de sua casa, com distância mínima de 100 metros, e de fazer qualquer tipo de contato, no dia 7 de novembro de 2020 o ex foi até a casa da vítima, com a desculpa de ver a filha, e atacou a mulher com golpes de faca. Ele fugiu em um carro que o aguardava próximo ao local. A prisão aconteceu alguns dias depois.

“Ele deformou minha filha”

Em novembro de 2020, poucos dias após o crime, a mãe de Ariane, Maria Arlete Tenfen, contou ao ND+ que pediu que a filha e a neta voltassem a morar com ela. “Eu implorei para que ela e minha neta voltassem a morar comigo, mas ela me falou que se isso acontecesse ele viria atrás e me mataria. Disse que antes fosse ela do que eu”, lembrou.

Segundo a mãe, Ariane estava separada há cerca de três meses, mas há cinco anos mantinha um relacionamento com o ex-companheiro, com quem teve uma filha de três anos.

A jovem tinha 21 anos e deixou uma filha de 3 anos. – Foto: Reprodução/Facebook

A mãe conta que a filha era uma menina amável, calma, tranquila e querida por todos. “Ele deformou minha filha, estrangulou, quebrou os dentes, a mão e o nariz, além de ter dado três facadas. Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu com ela”, lamentou.

Ameaças eram frequentes

A jovem havia solicitado uma medida protetiva contra o homem e, segundo a mãe, chegou a ficar hospedada em um hotel em Nova Erechim por três dias para fugir das ameaças.

Maria Arlete contou que esteve com o ex-genro em duas oportunidades. Na segunda vez em que frequentou a casa, ele teria denunciado a ex-sogra à polícia por invasão de propriedade.

“Fui na casa deles duas vezes. Na primeira vez ele me tratou bem. Na segunda vez em que estive lá ele me colocou na delegacia dizendo que tinha invadido a casa deles. Teve um momento que ele me ligou pedindo para ir para lá porque ela estava com depressão pós-parto”, relatou a mãe da vítima.

A mãe se emocionou ao contar que conseguiu realizar o último pedido da filha. “Na sexta-feira ela me disse que o dia que ela morresse queria que fizessem a sobrancelha dela. Eu garanti que isso fosse feito, conforme ela me pediu”.