Águas-vivas chegam ao litoral de SC e causam lesões em 44 banhistas em 7 dias; VÍDEO


Encontradas em Florianópolis e Balneário Camboriú, as caravelas-portuguesas podem causar envenenamento, segundo doutor em biologia Alberto Lindner. Veja o que fazer. Caravelas-portuguesas na praia da Lagoinha, em Florianópolis
As águas-vivas, conhecidas por causar lesões em banhistas durante o verão, já começaram a aparecer no litoral catarinense e a gerar ocorrências por envenenamento (chamadas popularmente de queimaduras). Em apenas sete dias, houve 44 registros envolvendo esses animais, de acordo com o relatório do Corpo de Bombeiros Militar divulgado na terça-feira (26).
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A espécie mais vista encalhada nas orlas é a da caravela-portuguesa, de nome científico Physalia physalis. É a água-viva com coloração roxa e rosa.
As águas-vivas costuma aparecer mais no verão e merecem atenção devido ao envenenamento que causam, conforme o professor Alberto Lindner, responsável pelo laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Tem que prestar um pouco de atenção à caravela porque ela pode causar envenenamento. Não quer dizer que vá ser mais grave, mas pode ser. E aí tem que procurar um auxílio dos bombeiros. Se tiver algo um pouco mais grave, obviamente procurar auxílio de emergência também”, disse.
Esse animal geralmente fica em alto-mar, e não na costa. As caravelas-portuguesas chegam às praias conforme as temperaturas vão aumentando.
“À medida que vai esquentando, vai chegando mais perto do verão, os ventos e as massas de água de lugares mais quentes vão se aproximando de Santa Catarina e vão trazendo esses animais que vão encalhar”, explicou.
Na Ilha de Santa Catarina, elas aparecem mais nas praias viradas para o oceano, porque vêm do alto-mar. Os balneários virados para o continente costumam ter menos indivíduos dessa espécie.
Caravela-portuguesa encalhada na Praia Central de Balneário Camboriú em 17 de novembro de 2024
Luiz Souza/NSC TV
Bandeira lilás
O Corpo de Bombeiros destacou que as praias de Santa Catarina com maior incidência de águas-vivas são sinalizadas com uma bandeira lilás.
Antes de sair de casa, você também pode consultar as praias no aplicativo CBMSC Cidadão. Ele informa, além da presença das águas-vivas, sobre a balneabilidade.
Guarda-vidas com bandeira lilás em praia de Santa Catarina
CBMSC/Divulgação
O que fazer se for lesionado por uma água-viva
Em contato com a pele humana, os tentáculos de uma água-viva provocam uma forte sensação de queimadura. Caso seja ferido pelo animal, os bombeiros recomendam que você procure um guarda-vidas.
Veja outras orientações:
Proteja a mão e remova os tentáculos grudados na pele sem esfregar a região atingida, para não piorar a situação;
Lave a região com a própria água do mar;
Não utilize água doce, para não liberar mais veneno dos tentáculos;
Para neutralizar o veneno e aliviar a dor, aplique compressa de vinagre por cerca de 10 minutos.
Os postos guarda-vidas costumam ter vinagre.
Água-viva no estilo medusa
Alberto Lindner/Arquivo pessoal
Caravelas e medusas
Além das caravelas, as medusas são águas-vivas que também podem causar lesões. No litoral de Santa Catarina, uma espécie comum é a água-viva-leite, de nome científico Chrysaora lactea. Porém, poucos indivíduos foram observados no litoral até agora, conforme o professor.
Lindner esclareceu ainda que, apesar da impressão causada pela lesão, esses animais não queimam. “Dá uma sensação de queimadura, mas tecnicamente é um envenenamento. O que elas têm é veneno mesmo”.
Ele também disse que a presença desses animais não tem relação com a balneabilidade do lugar. “A gente tem registros de água-viva tanto com água mais suja quanto com água mais limpa. Claro que com a água mais limpa fica mais fácil a gente ver esses animais”.
O fato de as águas-vivas terem aparecido já no fim de outubro não significa que haverá uma grande quantidade delas no verão, conforme o professor.
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