Criança recebe alta após ser internada com queimaduras causadas por produto químico em SC

Recebeu alta na manhã desta quarta-feira (31), o menino de 10 anos que precisou ser internado após sofrer queimaduras causadas por produto químico em Três Barras, no Planalto Norte de Santa Catarina. O acidente ocorreu em 17 de maio.

Menino sofreu queimaduras de 3º grau nas pernas e em uma das mão – Foto: Acervo pessoal/Reprodução/ND

A criança ficou internada em um hospital de Florianópolis, onde passou por cirurgias para fazer enxerto de pele devido à gravidade das queimaduras, as quais têm exigido um cuidado extremamente especial, informa a mãe da vítima, Sabrina Cornelsen. “Ainda terá muitos cuidados em casa ainda pra uma boa recuperação”, diz a mãe.

“Sente fortes dores, os remédios apenas amenizam. O caso é considerado grave pois foram queimaduras de terceiro grau, e precisará de tratamento por um bom tempo”, afirma Sabrina.

Entre as medicações tomadas pela criança, está morfina e tramal, para dores intensas. Além disso, o menino também precisou passar por sedação para que a equipe médica pudesse realizar curativos.

Com a alta hospitalar, a família deve voltar para Canoinhas e continuar viajando a Florianópolis para realizar consultas e o acompanhamento.

Conforme a família, a empresa que é suspeita de ser proprietária do químico que causou as queimaduras, tem ajudado financeiramente com alguns custos. Além disso, amigos e familiares também auxiliaram os pais da criança na estadia na capital catarinense.

O acidente

O garoto saiu para brincar com os amigos em uma área próxima de onde mora com os pais. Pouco tempo depois, voltou para casa amparado por outra criança, com queimaduras nas pernas.

A criança teve contato com um produto químico depositado no terreno onde brincava com amigos. O material, similar ao calcário, seria de origem da Mili S.A., empresa produtora de papel que atua na região. A própria empresa, em nota, assume que o produto saiu da fábrica, porém seria “encaminhado para agricultores da região regularmente há mais de uma década e eles o utilizam na correção de acidez do solo.”

De acordo com empresa, terreno onde material estava depositado pertenceria a terceiros – Foto: Acervo pessoal/Reprodução/ND

A reportagem do Portal ND+ entrou em contato com a assessoria de imprensa da Mili S.A. Apesar de confirmar a origem do produto, a empresa não explicou de quem seria a responsabilidade pelo transporte e despejo do material no terreno onde a criança sofreu os ferimentos. Segundo a Mili S.A., o terreno onde o material estava depositado pertence a terceiros. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Confira a íntegra da nota encaminhada pela assessoria

“Em referência [ao] acidente relatado no dia 17 de maio, a companhia se solidariza com o ocorrido e tão logo tomou conhecimento dos fatos, em uma propriedade de terceiros, ofereceu apoio solidário à família do menor. O produto, similar ao calcário inclusive na aparência, é encaminhado para agricultores da região regularmente há mais de uma década e eles o utilizam na correção de acidez do solo. O emprego deste produto na agricultura foi estudado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), aprovado pelo Ministério da Agricultura e não há indicação de condições perigosas ao manuseio. Independentemente disso, a companhia passará alertar os agricultores sobre o ocorrido”.

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