Final do Campeonato Catarinense teve 3º menor público dos Estaduais no fim de semana

A final do Campeonato Catarinense, vencida pelo Criciúma, registrou o terceiro menor público entre os 12 Estaduais que terminaram neste último fim de semana.

Estádio Augusto Bauer recebeu menos de cinco mil pessoas na final do Campeonato Catarinense

Estádio Augusto Bauer recebeu menos de cinco mil pessoas na final do Campeonato Catarinense – Foto: Diogo de Souza/ND

O estádio Augusto Bauer, com capacidade para apenas cinco mil pessoas, recebeu 4.978 torcedores na final entre Brusque e Tigre. Quase a capacidade máxima do local, no entanto, muito pouco diante do tamanho dos dois finalistas e do que a maior competição de Santa Catarina pede e merece.

“O público baixo da final do Catarinense é basicamente culpa dos dirigentes que poderiam prever no regulamento final em estádio de maior capacidade”, opina o colunista do Grupo ND, Fábio Machado.

Dentre todos os Estaduais que terminaram neste último fim de semana, apenas o Campeonato Mato-Grossense e o Tocantinense receberam menos gente que em Santa Catarina.

Na Arena Cuiabá, 4.295 pessoas acompanharam a vitória do Dourado por 1 a 0 sobre o União Rondonópolis. Já no Campeonato Tocantinense, 2.359 pessoas estiveram no estádio Ribeirão na vitória do Tocantinópolis por 4 a 3 sobre o Capital.

Vale ressaltar que o Tocantinópolis não cobra ingresso de mulheres e crianças e foi divulgado pelo clube apenas o público pagante da partida.

Problema estrutural

A reportagem do Arena ND+ esteve no estádio Augusto Bauer no último fim de semana acompanhando a decisão do Campeonato Catarinense. E a palavra “estrutura” foi a que mais ecoou no local.

Tanto os torcedores locais, quanto os visitantes reclamaram sofre os problemas estruturais do estádio.

O Brusque manda seus jogos na casa do Carlos Renaux, o mais antigo de Santa Catarina, praticamente desde sua fundação, em 1987. Em ascensão institucional, sobretudo, nos últimos quatro anos, o Quadricolor clama por um novo espaço para mandar seus jogos e acomodar seus torcedores.

Para o caminhoneiro Danilo Teixeira, 52 anos, que é torcedor do Brusque, já passou da hora do clube ter um local mais condizente com seu atual tamanho.

Apenas um banheiro para atender mais de 50% da torcida do Brusque – Foto: Ian Sell/ND

“Eu cheguei aqui ao meio-dia, consegui entrar só depois das 14h30, e ainda vi algumas pessoas que chegaram depois de nós entrarem antes”, reclamou.

A fila para o banheiro foi outro momento de muita indignação dos torcedores presentes. Com apenas dois para atender mais de 60% da ocupação, a cena era de filas intermináveis para o banheiro.

“Se o Brusque quer mesmo ser maior do que isso, tem que investir em um lugar próprio, que atenda seu torcedor melhor. Agora se o clube quer ser pequeno pode deixar assim”, desabafou um torcedor que pediu para não ser identificado.

Santa Catarina comportaria um estádio maior?

Em termos de tamanho, fica inviável para Santa Catarina, como um todo, “competir” em termos de público com grandes centros.

A Arena Condá, em Chapecó, por exemplo, é o maior estádio do Estado, comportando pouco mais de 20 mil torcedores.

Arena Condá, em Chapecó – Foto: Leandro Schmidt/Prefeitura de Chapecó/ND

Em termos de comparação, o estádio Olímpico Regional, do Cascavel, equipe que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro, recebeu 26.155 torcedores na final contra o Athletico-PR na última semana.

Ou mesmo o estádio Mangueirão, no Pará, que recebe Remo e Paysandu, ambos da Terceirona do futebol nacional, que suporta mais de 50 mil pessoas e recebeu mais de 30 mil no último fim de semana.

O maior público do Campeonato Catarinense, por exemplo, foi de 16.796 em Criciúma 1×0 Brusque pelo jogo de ida da final.

Vale ressaltar, no entanto, as questões estruturais do próprio Estado. A maior cidade de Santa Catarina (Joinville), tem cerca de 600 mil habitantes, a região da Grande Florianópolis, cerca de 1 milhão. Seria viável um estádio maior?

“As oscilações dos nossos clubes nos Campeonatos Brasileiros criam esse efeito ‘sanfona’ entre os torcedores que ora pegam junto com a equipe e ora se afastam. Com exceção do Criciúma, nenhum time do Estado consegue ocupar todos os espaços das arquibancadas”, opina Machado.

Finais dos Estaduais do último fim de semana:

Campeonato Carioca

  • Fluminense 4×1 Flamengo – Estádio do Maracanã
  • Público: 65.075 – renda de R$ 4.810.051

Campeonato Cearense

  • Ceará 2×2 Fortaleza – Arena Castelão
  • Público: 56.491 – renda de R$ 1.393.204

Campeonato Mineiro

  • Atlético-MG 2×0 América-MG – Mineirão
  • Público: 55.989 – renda de R$ 3.712.855,65

Campeonato Gaúcho

  • Grêmio 1×0 Caxias – Arena do Grêmio
  • Público: 51.556 – renda de R$ R$ 4.130.552

Campeonato Paulista

  • Palmeiras 4×0 Água Santa – Allianz Parque
  • Público: 41.444 – renda de R$ 3.583.469,93

Campeonato Paranaense

  • Athletico-PR 0x0 Cascavel – Arena da Baixada
  • Público: 34.396 – renda de R$ 1.350.605

Campeonato Alagoano

  • CRB 1×0 Asa – estádio Rei Pelé, em Maceió (AL)
  • Público: 14.728 – renda de R$ 287.828

Campeonato Goiano

  • Goiás 3 (4) x (5) 1 Atlético-GO – estádio da Serrinha, em Goiânia
  • Público: 12.084 – renda de R$ 184.600

Campeonato Paraibano

  • Sousa 1 (2) x (4) 0 Treze – Estádio Antonio Mariz
  • Público: 9.108 – renda de R$ 114.790

Campeonato Catarinense

  • Brusque 0x1 Criciúma – Estádio Augusto Bauer
  • Público: 4.978 – renda de R$ 222.985

Campeonato Mato-Grossense

  • Cuiabá 1×0 União Rondonópolis – Arena Pantanal
  • Público 4.295 – renda de R$ 50.820

Campeonato Tocantinense

  • Tocantinópolis 4×3 Capital – Estádio Ribeirão
  • Público: 2.359 – renda de R$ 25.810
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