Estudantes da UFSC vencem Prêmio Acadêmico Catarinense de Economia

Dois alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram premiados na segunda edição do Prêmio Acadêmico Catarinense de Economia (Pace), cujo resultado final foi divulgado pelo Conselho Regional de Economia (Corecon/SC) na última quinta-feira, 13 de dezembro. Na categoria Monografia, o estudante Matheus Souza da Rosa ficou com a primeira colocação e Ricardo Marques Lobo, no terceiro lugar. A premiação tem como objetivo incentivar a investigação econômica em geral e estimular estudantes de ciências econômicas a desenvolverem reflexões voltadas para o conhecimento e desenvolvimento da área, relacionando com a economia catarinense e suas inter-relações com a economia brasileira e internacional.

Intitulada Desindustrialização na Economia de Santa Catarina: Discussão Metodológica e Análise das Evidências do Período 1985-2020, a monografia de Matheus Rosa discutiu a desindustrialização no estado ao apresentar uma análise combinada dos indicadores do produto, do emprego e do setor externo. O trabalho concluiu que a desindustrialização da economia de Santa Catarina se agravou na última década, “dado que se configurou um cenário conjunto de redução do grau de industrialização, de perda da participação relativa do emprego alocado na indústria de transformação e deterioração do saldo comercial com especialização regressiva da pauta exportadora”. O vencedor agora concorrerá na etapa nacional do prêmio, a ser realizada em 2025.

Já a monografia terceira colocada, intitulada As Agendas de China e Estados Unidos em Inteligência Artificial, abordou os conceitos de inovação, política industrial, indústria 4.0 e regulação de novas tecnologias. O trabalho de Ricardo Lobo traçou um panorama tecnológico mundial, através de bases de dados públicas de patentes e inovação, explorando os perfiis econômico e tecnológico dos dois países, bem como o histórico de suas políticas industriais e de inovação.

A segunda colocação na categoria Monografia ficou com Gabriel dos Santos Sabino, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), com o trabalho O Papel da Educação em Finanças e os Fatores Psicológicos na Tomada de Decisão Financeira por Jovens Adultos. O Pace 2024 anuniou ainda duas produções contempladas na categoria Artigo: Cauani Gabrielli Debona, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), com o texto Análise do Desempenho do Uso do Hedge com Opções de Venda; e Rudieri Daitx da Silva, do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), com A Hiperinflação e a Estabilização Monetária: Uma Epopeia Brasileira.

Nas últimas quatro edições do prêmio, que até 2022 tinha o nome de Prêmio Catarinense de Economia, a UFSC sempre esteve presente no pódio. Dos vencedores neste período, quatro estudantes tiveram a orientação do professor Lauro Mattei, do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC. Em 2021, Vicente Loeblein Heinen sagrou-se vencedor na etapa estadual e repetiu o feito na edição nacional do prêmio. No ano seguinte, Maria Eduarda Munaro ficou com a segunda colocação na disputa catarinense. E, por fim, no ano passado, Mayara da Matta Moraes também venceu a categoria na etapa estadual. Com exceção de Mayara, todos os demais também foram bolsistas do Núcleo de Estudos da Economia Catarinense (Necat) da UFSC.

Mattei destaca que, ao longo dos anos, o Necat acolheu diversos estudantes de Economia que buscam desenvolver estudos e pesquisas com um olhar detalhado sobre as condições econômicas e sociais de Santa Catarina. Segundo o professor, neste processo os estudantes vão se inteirando das distintas temáticas e desenvolvendo, paralelamente aos estudos do Núcleo, seus trabalhos de conclusão de curso. “Entendo que essa passagem é fundamental para a formação mais completa deles, uma vez que terão conhecimento e instrumentos suficientes para se conectar adequadamente quando irão adentrar ao mercado de trabalho”, destaca.

“Especialmente para os quatro estudantes que foram premiados recentemente, externo minha gratidão porque, além de estudantes, foram pessoas que estabeleceram um vínculo pessoal e profissional bastante elogiável. Certamente, se abriram caminhos para que eles possam desenvolver todos os seus potenciais. Além disso, também podem servir de referência para outros estudantes que venham a ter interesses semelhantes e busquem se mover pelos caminhos da pesquisa acadêmica como um ato de retribuição à sociedade brasileira”, finaliza Lauro Mattei.