Equipes fazem ‘força-tarefa’ e reconstroem barcos para a próxima etapa da The Ocean Race

Enquanto os velejadores que chegaram em Itajaí, no Litoral Norte de SC, descansam e se recuperam após quase 40 dias em alto mar, as equipes focam em deixar os barcos prontos para as próximas etapas da The Ocean Race.

Utilizando um espaço exclusivo dentro da própria Vila da Regata, as equipes técnicas, mecânicos e outros setores correm contra o tempo para fazer todos os reparos, testes e adequações.

Equipes trabalham na manutenção dos veleiros durante parada em Itajaí – Foto: Bruno Golembiewski/ND

Toby Ingrey, estadunidense natural de Portland e membro da equipe técnica da 11th Hour Racing Team, já está em sua quinta participação nas regatas de volta ao mundo, e a terceira com o capitão Charlie Enright.

No veleiro da 11th Hour, estão sendo feito reparos na parte estrutural do barco, também nos motores e quilhas. Um equipamento de ultrassom escaneou o barco para mostrar se existiam danos que não foram detectados pelos técnicos.

Toby possui experiência com o trabalho técnico em regatas – Foto: Bruno Golembiewski/ND

“Estamos confiantes e felizes, mesmo tendo chegado em terceiro. Ainda tem pontos suficientes em disputa para sairmos vencedores. Então seguimos e firme, vamos com tudo, dando nosso 100%”, relata.

Confiança também é a palavra de ordem entre os mecânicos e técnicos da do Team Malizia. Corentin Cusant é francês, natural da cidade de Grenoble no Alpes, próximo a Suiça e a Itália. Ele está na equipe que faz reparos no Malizia e celebra as boas condições do barco, e a vitória nesta perna.

“Por passar pela pior perna, achávamos que o barco estaria em piores condições, com problemas estruturais, mas o nosso barco foi desenhado para este tipo de mar que enfrentamos agora. Mesmo assim, ficamos surpresos positivamente com o estado que ele chegou à Itajaí. Eu realmente espero que possamos nos manter nesse ritmo e conseguir vencer as próximas pernas”.

O francês Corentin Cusant faz parte do Team Malizia – Foto: Bruno Golembiewski/ND

Coco, como é conhecido pelos companheiros de equipe, explica que devido as altas velocidades dos barcos IMOCA 60, usados na The Ocean Race, eles ficam mais suscetíveis à problemas, principalmente na estrutura. Quando os barcos “voam” e saem da água, na descida e pouso novamente no mar, o impacto é muito forte. “Essa queda de volta na água é brutal, violenta, tanto para o barco quando para os seus tripulantes”, explica.

Líderes da The Ocean Race, o Team Holcim – PRB também teve poucos problemas com seu barco. Manon L’Arvor é umas das engenheiras do time. Natural de Lorient, na França, ela explica que não tiveram grandes problemas e seguem fazendo todos os ajustes necessários para o barco voltar à água.

Manon explica sobre os trabalhos feitos no barco da equipe Holcim – PRB – Foto: Bruno Golembiewski/ND

Como alguns dos setores técnicos estão mais ociosos, eles têm trabalhado de forma interdisciplinar para otimizar o tempo e trabalhar com mais pessoas nas partes que mais precisam de atenção, como nos reparos na parte estrutural.

“Ficou muito claro nesta perna que ninguém é imbatível, todos têm condições de competir e vencer, depende do vento, do formato do barco e vários outros fatores. Mesmo chegando em segundo à Itajaí, estamos muito felizes e tentando deixar tudo perfeito para as próximas etapas e, como todos, a expectativa é terminar em primeiro”, disse.

Técnicos atuam nos reparos das embarcações - Bruno Golembiewski/ND
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Técnicos atuam nos reparos das embarcações – Bruno Golembiewski/ND

Veleiros se preparam para mais uma etapa da regata - Bruno Golembiewski/ND
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Veleiros se preparam para mais uma etapa da regata – Bruno Golembiewski/ND

Barcos estão na Vila da Regata durante parada da The Ocean Race em Itajaí - Bruno Golembiewski/ND
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Barcos estão na Vila da Regata durante parada da The Ocean Race em Itajaí – Bruno Golembiewski/ND

Equipes trabalham para consertar estragos - Bruno Golembiewski/ND
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Equipes trabalham para consertar estragos – Bruno Golembiewski/ND

Veleiros foram danificados na vinda até Itajaí - Bruno Golembiewski/ND
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Veleiros foram danificados na vinda até Itajaí – Bruno Golembiewski/ND

Disputa pelo prêmio

O Team Holcim – PRB segue na liderança geral, após chegar em segundo lugar em Itajaí, e acumula 19 pontos na competição.

Já o Team Malizia, vencedor desta etapa, tem 14 pontos no ranking e ocupa a 2ª posição. O 11th Hour Racing Team vem na cola em terceiro, com 13 pontos, seguido do Biotherm, quarto colocado, com 10 pontos no placar.

A equipe GUYOT environnement – Team Europe é o quinto e último colocado com apenas 2 pontos conquistados. O time precisou abandonar a terceira etapa após problemas estruturais no barco, e por isso não pontuou na vinda até Itajaí.

Os velejadores devem retomar a competição na próxima etapa após terem realiza os consertos necessários e a transferência do veleiro até o Brasil.

A largada para a próxima perna acontecerá no dia 23 de abril, com destino a Newport, nos Estados Unidos.

 

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