Crianças são vítimas de injúria racial durante campeonato de futebol em Florianópolis

Crianças de um time de futebol de Florianópolis foram vítimas de injúria racial durante um campeonato disputado na manhã desta sexta-feira (7), no bairro Ratones, no Norte da Ilha.

Segundo a Polícia Militar, testemunhas que denunciaram o caso narraram que um homem teria feito gestos simulando um macaco e gritado a palavra “mono” (macaco, em espanhol) na direção de um dos atletas.

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O caso ocorreu na partida entre os times da categoria sub-14 do Vila Ingleses, do Norte da Ilha, e do Racing, da Argentina. O torneio disputado até este sábado (7) reúne equipes da Capital e de países vizinhos, como Argentina e Uruguai.

Segundo o treinador do Vila Ingleses, Cláudio Carvalho, a equipe estava perdendo para o time argentino por 3 a 1, mas conseguiu virar o placar par 4 a 3. No momento do último gol, os atletas foram comemorar em frente ao alambrado, quando um homem que estava na torcida adversária iniciou o ato de injúria racial. De acordo com ele, a equipe conta com vários jogadores negros, mas durante as ofensas o suspeito teria chegado a apontar na direção de um dos esportistas, de 14 anos.

— Joguei futebol profissionalmente e cheguei a ver [casos de racismo], mas como treinador foi a primeira vez. Para que não ficasse impune, tentei fazer minha parte, de forma legal, denunciando, mas infelizmente não deu tempo. O ideal era que se conseguisse localizar e responsabilizar [o autor dos ataques] — conta o técnico.

Logo após o ato, o treinador pediu ajuda ao pai de um dos jogadores para denunciar o caso à polícia. A PM afirma que os agentes fizeram buscas no local e em um ônibus com placas da Argentina, indicado por pessoas que relataram o fato, mas não localizaram o responsável pelas injúrias. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado.

O coordenador do Vila Ingleses, Cléber Rottava, conta que compareceu ao local do jogo após o ocorrido e tomou as providências necessárias para auxiliar os atletas.

O crime de injúria racial está previsto no Código Penal e na Lei do Crime Racial. A pena, aumentada recentemente para equipará-la a de casos de racismo, é de dois a cinco anos de reclusão.