Homem preso aliciou mãe de bebê desaparecido em Santa Catarina e encontrado em SP, diz polícia

Segundo a polícia, ele é suspeito de integrar uma quadrilha de tráfico de crianças e intermediava adoções ilegais. Mulher presa com ele ficaria com o bebê. Polícia prende por suspeita de tráfico de pessoas casal que estava com bebê de SC
O homem preso em flagrante por tráfico de pessoas em São Paulo na noite segunda-feira (8) teria aliciado a mãe do menino de 2 anos, que estava desaparecido desde o final de abril na Grande Florianópolis. Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, foi Marcelo Valverde que intermediou a entrega ilegal da criança a Roberta Porfírio, que ficaria com ele.
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Roberta também foi presa pela polícia de São Paulo. Ela e o homem estavam com a criança em um carro que foi visto em Santa Catarina, próximo de onde a criança desapareceu. Eles, que não são casados e se apresentaram após a prisão como conhecidos, estavam indo ao Fórum do distrito do Tatuapé para tentar regularizar a situação da criança.
O artigo 242 do Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio. A pena prevista é de 2 a 6 anos de reclusão.
O que sabe e o que falta saber sobre o caso
Conforme a delegada Sandra Mara, da Delegacia de Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami), Marcelo aliciava a mãe do menino antes mesmo da vítima nascer. Assim, há suspeita de que o homem possa fazer parte de uma quadrilha de que fazia tráfico de pessoas.
As informações foram passadas pela mãe do garoto em depoimento na segunda.
“No interrogatório, a mulher nos contou, e a gente já tinha essa informação, de que o preso de São Paulo, conhecido por Marcelo, já vinha assediando a mãe da criança desde que ela estava grávida. Ela é muito jovem, tem uma saúde mental bem frágil. O que aconteceu, quando ela engravidou, ela conheceu um grupo de autoajuda, em Facebook, de mãe solo, de quem quer adotar, quem não consegue engravidar. E aí, ele começou assediá-la ali para entregar a criança para ele”, disse a delegada.
Em um primeiro momento, segundo Sandra, a mãe do menino negou a adoção ilegal, mas por conta de uma condição dela, teria resolvido entregar a criança agora.
“No interrogatório dela pra mim, ela disse que entregou por livre espontânea vontade. Se houve dinheiro ali, a gente só vai saber com a quebra do sigilo bancário”, explicou a investigadora.
A informação sobre o assédio desde o momento em que a mãe ficou grávida também consta no boletim de ocorrência do caso, do qual o g1 teve acesso. No trecho, está escrito:
“[…] segundo o apurado, desde o nascimento, Marcelo e sua esposa (chamada Juliana) vinham aliciando a genitora da criança, […], a fim de esta lhe entregasse a criança, sem observância do procedimento legal para adoção.
“É a ponta de um iceberg. A nossa investigação, uma das linhas era essa, de que era uma quadrilha que fazia tráfico de pessoas, fazia adoção ilegal. Tanto é que ela, a mãe da criança, entregou a certidão e a carteira de vacinação para a Roberta, para quem veio aqui buscar a criança”, completou a delegada.
Como o menino foi localizado?
O menino foi localizado na dentro do carro, modelo Hyundai Creta, na noite de segunda-feira, em São Paulo. Segundo o g1 apurou, a polícia estava monitorando o casal. Quando a mulher saiu de casa e entrou no carro onde estava o homem, os agentes passaram a acompanhá-la até a abordagem.
Quando foi abordada, a Roberta apresentou um documento e disse que era a Certidão de Nascimento da criança. Ela também falou que a mãe da criança o teria doado e que os dois estariam indo ao Fórum para regularizar a situação.
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