VÍDEO: atleta sai de caverna após isolamento de 500 dias e diz que ‘não falou em voz alta’

Uma atleta espanhola passou 500 dias isolada em uma caverna sem contato direto com o mundo exterior. Beatriz Flamini, de 50 anos, saiu do local nesta sexta-feira (14), onde participava de uma experiência que tinha como um dos objetivos registrar a repercussão mental e física de um isolamento como este.

Atleta espanhola sai de caverna após isolamento de 500 dias. – Foto: Jorge Guerreiro/AFP/Divulgação/ND

Com livros, luz artificial e câmeras para gravar a experiência, a atleta teve o apoio de uma equipe técnica para deixar comida em um ponto estratégico da caverna em que estava confinada, sem contato com o mundo exterior.

“Estou há um ano e meio sem falar com ninguém, só comigo mesma”, disse Beatriz Flamini aos jornalistas depois de sair, com a ajuda por espeleólogos, de uma caverna onde permaneceu por 500 dias a 70 metros abaixo do solo.

Posteriormente, o jornal El País e outros veículos de comunicação espanhóis publicaram, citando a própria Flamini e fontes próximas a ela, que após os primeiros 300 dias ela precisou sair da caverna devido a uma falha no roteador que lhe permitia enviar mensagens para o exterior ou, em caso de emergência, pedir ajuda.

Segundo os relatos, enquanto a falha era corrigida, a atleta foi mantida isolada em uma barraca por cerca de uma semana e depois voltou para a caverna.

“Eu não sei o que aconteceu no mundo (…) continua sendo 21 de novembro de 2021”, disse, ao mencionar o primeiro dia que passou na caverna.

“E ao ver todos vocês com máscara, para mim ainda é (pandemia de) covid-19“, acrescentou Flamini, em referência aos jornalistas, que usavam máscaras por segurança.

Sem contato com o exterior

“Desafios deste tipo já aconteceram muitos, mas nenhum com todas as premissas deste: sozinha e em total isolamento, sem contato com o exterior, sem luz (natural), sem referências de tempo”, disse David Reyes, da Federação Andaluz de Espeleologia, que coordenou a segurança de Flamini.

Flamini disse que nunca pensou em abandonar a missão, nem mesmo quando enfrentou uma invasão de moscas na caverna. Ela disse que dedicou seu tempo “a ler, escrever, desenhar, tricotar, ser, aproveitar”.

“Não falei comigo mesma em voz alta, as conversas que tive, eu tive de maneira absolutamente interna”, afirmou.

Veja vídeo:


Atleta passou 500 dias dentro de uma caverna. – Vídeo: Jorge Guerreiro/AFP/Divulgação/ND / AFPTV / AFP

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