Entrevista: Engenheiro José Eduardo Fiates

“Não temos projeto de desenvolvimento para SC.”

O  Diretor de Inovação e Competitividade analisa a visita da Missão da Fiesc ao maior instituto de tecnologia da Coreia do Sul.

Engenheiro José Eduardo Fiates – Foto: Fiesc

Que fatos a destacar na visita ao Instituto de Inovação da Coreia (Kaist)?

O Instituto tem uma base tecnológica extraordinária e um modelo de negócios garantido por investimentos constantes e seguros do governo, o que é fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico.

O pior fator para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia é a falta de previsibilidade dos recursos. Os dirigentes e os estudantes do Instituto disseram que não tem preocupação com investimentos.

Por que isso é tão vital?

Porque faz parte do plano de desenvolvimento de uma nação. Eles identificam os investimentos como um plano para alcançar metas e obter resultados na produção industrial e nos serviços. Tem que investir com constância e cobrar resultados, transformando isso em faturamento, empregos, etc.

Outro é questão do conteúdo tecnológico. O Instituto vem tratando da biotecnologia no século XXI, a nanotecnologia, a integração disso com a robótica, com a tecnologia e a saúde, e a convergência com a tecnologia da informação. Num só instituto a reunião das cinco maiores tendências atuais do mundo tecnológico.

A Coreia esta muito frente dos países em desenvolvimento e na sala de entrada dos países mais avançados.

Qual o básico nesta transformação da Coreia do Sul?

A Coreia investiu num projeto de país. Houve realmente muito investimento em educação, mas também em infraestrutura, em planejamento, em serviços públicos, em modernidade e em sistemas urbanos, mobilidade e serviços públicos. Investiu no seu projeto nacional de desenvolvimento.

Este é o ponto: não temos um projeto de desenvolvimento para o Brasil e nem para  Santa Catarina. Assim, é difícil conseguir uma convergência de esforços e interesses do setor privado com o setor público. Falta um projeto comum.

No Brasil, em Santa Catarina e, especialmente, em Florianópolis, perde-se muito tempo em discutir o que nós não gostaríamos de fazer, enquanto deveríamos priorizar mais o que podemos e queremos fazer para obter os resultados.

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