Veja como a pesca evoluiu de predatória à sustentável em Florianópolis

Com tanta água no entorno da Ilha e margeando o Continente é fácil perceber porque a pesca sempre fez parte da vida de muitos moradores de Florianópolis. Desde o tempo do Homem do Sambaqui, que tirava da água peixes de uma forma muito rudimentar, às modernas fazendas de marisco, ostras e pescados cultivados em cativeiro, o ofício segue ativo na Capital.

Pesca de arrasto no bairro Campeche. Modalidade é uma das mais tradicionais da Ilha – Foto: Divulgação/Arquivo/PMF/ND

A pesca se tornou patrimônio cultural e material de Santa Catarina pela Fundação Catarinense de Cultura. Ela resiste ao tempo e vem sendo passada de geração em geração.

Ao longo dos anos, se moderniza e o que começou como uma atividade de subsistência, torna-se um negócio quando pescadores passam a vender e exportar os produtos. Hoje ela se transforma com a pesca profissional, por meio de tecnologias sustentáveis que geram maior valor agregado.

Aos poucos, os pescadores passam a entender que, ao invés de apenas retirar os produtos do mar, é possível cultivá-los, algo como plantar para colher. É o início de uma nova era, a pesca sustentável.

É o que acontece com a produção de ostras na Capital. Hoje, a cidade tem a maior produção do país. O que se destaca nesta nova atividade é que não se tem mais uma exploração, mas sim um cultivo. Assim cria-se uma cultura de sustentabilidade.

A equipe do projeto Floripa 350 abraçou a ideia de contar essa história. Para isso, foi até o Mercado Público Municipal de Florianópolis e ao Ribeirão da Ilha – a freguesia mais antiga da cidade – para conversar com pescadores, consumidores e com especialista na história da Capital. Confira!

A história da pesca em Florianópolis

  • De 1673 até 1742 – Floripa é habitada pelos índios carijós e depois recebe os colonizadores portugueses. Nesta época a pesca é de subsistência e aos poucos começa a comercialização de peixes;
  • De 1743 a 1777 – Pesca tem expansão significativa como atividade econômica e caça das baleias são destaque;
  • De 1778 a 1882 – pesca artesanal e industrial segue sendo atividade importante, em especial da tainha, da sardinha e de camarão, tendo a tainha o principal produto comercializado;
  • De 1883 a 1952, a economia da Ilha de Santa Catarina sofre algumas mudanças significativas, mas a principal atividade continua sendo a pesca. A partir do início do século 20, há um grande aumento na produção e na exportação de pescados, especialmente de tainha, sardinha e camarão;
  • De 1953 a 1987 começa uma diversificação da economia de Florianópolis com a expansão do turismo, serviços e comércio. O turismo passa a ser uma atividade econômica relevante na cidade, impulsionado pelo aumento da demanda por lazer e entretenimento. É neste período que surge a atividade de maricultura, que começou na Ilha de Santa Catarina na década de 1970, quando um grupo de pescadores começa a cultivar mexilhões em uma pequena área da enseada do Saco dos Limões. Nesta época também se dá a proibição da caça às baleias;
  • De 1988 até os dias atuais, apesar do desenvolvimento econômico da cidade, a pesca e a maricultura ainda são atividades econômicas importantes na Ilha de Santa Catarina. Destaque para a produção de tainhas, ostras, mexilhões e camarões. Florianópolis é reconhecida pela da Unesco, como uma cidade criativa, na área da gastronomia.

Floripa 350

O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.

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