Cocaína pode contaminar água do mar e alterar produção de hormônio em peixes

O contato da cocaína com o mar pode causar a contaminação da água e alterar a produção de hormônio nos peixes, é o que mostra um estudo de pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Unisanta (Universidade Santa Cecília).

Cocaína em cima de superfície preta. Mão segura pitada do pó entre o dedo polegar e o indicador

Cocaína pode mudar células e DNA de animais marinhos, dizem cientistas – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Cocaína pode afetar produção hormonal dos peixes

O tema voltou a ser discutido nesta semana depois que uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, revelou que vários tubarões da costa brasileira apresentaram sinais de cocaína no organismo.

O estudo, divulgado no dia 15 de julho descobriu que os animais podem estar sendo impactados pela droga que é despejada no oceano por traficantes.

Outra pesquisa, feita em 2017, por cientistas da Unifesp e Unisanta apontou que a cocaína também tem efeitos toxicológicos graves em mexilhões-marrons, ostras de mangue e nas enguias, popularmente conhecidas como peixes-elétricos.

Tubarão cinza pequeno em areia de praia

Pesquisadores encontraram substância presente no organismo de tubarões – Foto: Reprodução/ND

Os pesquisadores analisaram os efeitos nos animais e o resultado mostrou que:

  • As enguias expostas à cocaína tiveram a formação dos óvulos e a produção de hormônios esteroides alteradas.
  • Nas ostras de mangue a droga provoca alterações sérias nas células e no material genético.
  • Os mexilhões-marrons analisados tiveram alta nos índices de dopamina e serotonina, alteração que pode prejudicar o sistema reprodutivo dos animais da espécie.

Cientistas investigam se droga pode causar vício em tubarões

Pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) encontraram a presença de cocaína – droga com efeito altamente viciante – em tubarões.

Publicada no periódico Science of the Total Environment, a pesquisa analisou amostras da água do mar, além de examinar 13 tubarões-bico-fino (Rhizoprionodon lalandii).

Água do mar agitada quebrando em pedras

Ecossistema marinho pode ser prejudicado por despejo de cocaína – Foto: Freepik/Divulgação/ND

A professora e pesquisadora da UFSC, Silvani Verruck, é co-autora da pesquisa e explicou que, apesar de causar dependência em humanos, ainda não é possível afirmar que os efeitos são os mesmos nos tubarões.

“Não há muitos estudos a respeito da dependência dos animais e como ela se dá. É possível que ocorra, porém, de uma forma diferente que nos seres humanos, devido às particularidades de cada espécie”, apontou.

Os estudos com essa ênfase ainda são recentes e pouco conclusivos, o que dificulta especificar quais serão os impactos da cocaína nos tubarões.

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