Mulher morta asfixiada em Palhoça estava grávida e foi achada pela irmã: ‘apagou o brilho dela’

A auxiliar de produção Jacirlene dos Reis Santos da Cruz, de 26 anos, estava grávida quando foi asfixiada no último dia 7, feriado de Sexta-Feira Santa, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A gestação foi confirmada em perícia e consta no laudo cadavérico.

O namorado da vítima, de 30 anos, é o principal suspeito de ter cometido o assassinato, segundo a Polícia Civil. Ele morava com Jacirlene no bairro Aririú e fugiu após cometer o crime.

Mulher morta asfixiada em Palhoça estava grávida e foi achada pela irmã: 'apagou o brilho dela'

Jacirlene foi encontrada morta dentro do quarto, com ferimentos no rosto e marcas de estrangulamento – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Jacirlene era natural de Lauro de Freitas, cidade baiana que fica na região metropolitana de Salvador. Ela veio para Palhoça com cerca de 18 anos, e aqui trabalhava como auxiliar de produção. Segundo familiares da vítima, ela se relacionava com o autor do crime desde dezembro de 2022. Os dois passaram a morar juntos no mês seguinte.

O crime

A vítima foi achada morta pela irmã Jarlene, que mora no pavimento acima da casa de Jacirlene. Na noite daquele feriado, as duas tinham combinado de ir juntas ao salão de beleza para cortar o cabelo dos filhos – Jacirlene era mãe de uma criança de seis anos.

Ao estranhar a demora na resposta das mensagens e as três ligações sem retorno, Jarlene desceu as escadas por volta das 19h15 e foi até a casa da vítima.

“Ele [o autor do crime] abriu a porta e disse que ela estava dormindo”, relembra a irmã. O criminoso orientou a cunhada que levasse sozinha as crianças ao cabeleireiro.

Jacirlene conta que forçou a entrada na casa e encontrou a irmã no quarto, cheia de ferimentos no rosto. Ela tentou acordar a irmã, quando percebeu que ela estava gelada e sem respirar. O suspeito tentou escondê-la com um lençol e fugiu após a cunhada acionar a Polícia Militar.

“A gente era muito unida. Passávamos tudo juntas, Ano Novo, Natal. Ela era trabalhadeira e sempre trabalhou para criar o filho dela”, lamenta Jarlene. “Ele apagou o brilho dela”, desabafa. As duas tinham uma tatuagem em comum, onde está escrito “a vida é hoje”.

Jacirlene foi sepultada no sábado (8). A investigação não informou se o autor do crime já foi preso.

Jacirlene foi sepultada neste sábado (8) – Foto: Arquivo Pessoal/ND

Inquérito

Conforme a DPCami (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Palhoça, o inquérito policial que apura as circunstâncias do crime deve ser finalizado nos próximos dias.

“As informações dão conta de que seria sim o companheiro da vítima”, destacou a comarca.

Até o fim de fevereiro, pelo menos 9 mulheres foram vítimas de feminicídio em Santa Catarina, segundo o boletim mensal de indicadores do CSSPPO (Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial). Os dados de março ainda não foram divulgados.

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