Mercado livre de energia elétrica é luz no fim do túnel para reduzir despesas operacionais até no saneamento


A Casan já diminuiu as contas em mais de R$2 milhões desde adesão em junho do ano passado Da mesma forma que um indivíduo faz uma pesquisa de mercado antes de comprar, por exemplo, uma televisão, uma empresa em busca do melhor preço e redução de custos, deve estimular a concorrência entre prestadores de serviço e fornecedores na hora de fechar um negócio.
É o conceito do mercado livre, em que os preços de bens e serviços são fixados exclusivamente pelos lances e ofertas dos participantes. No caso de uma empresa de saneamento, por exemplo, em que o custo com energia elétrica representa 40% da sua despesa de produção, provocar um leilão em busca do melhor preço pode aliviar o caixa
Com o início da operação da CASAN no Ambiente de Contratação Livre de Energia Elétrica em junho do ano passado, a Companhia já economizou mais de R$ 2 milhões . O custo anual da empresa com energia é de R$ 143 milhões por ano. A estimativa é de que os valores de energia arrematados permitirão uma economia de cerca de R$ 38 milhões até o final de 2026.
Entre as unidades com adesão ao mercado livre de negociação de energia, está a maior unidade consumidora da Casan, responsável pelo abastecimento de 900 mil moradores da Grande Florianópolis, a Estação de Recalque de Água Bruta do Rio Cubatão, com uma economia de 28% em relação ao mercado regulado.
O que é o mercado livre de energia
O mercado livre promove um ambiente competitivo para a realização da comercialização com negociação livre das condições oferecidas para a energia elétrica pelos participantes. Por meio do mercado livre, os agentes ofertam a energia, que pode ser demandada conforme o preço, quantidade de energia contratada, período de suprimento, pagamento, entre outras condições comerciais. Com mais liberdade de escolha do consumidor, os contratos tendem a ser mais baratos.
Como há maior diversificação das possibilidades de oferta, não apenas da concessionária de energia, mas com geradores e comercializadores, as condições de negociação resultam em melhor relação custo-benefício. Entre as vantagens da participação nesse modelo, estão o maior poder de escolha, com flexibilidade na negociação, previsibilidade de custos, além dos preços mais competitivos.
Esse tipo de mercado promove a contratação de energia tradicional, proveniente de geradores como usinas, hidroelétricas, sem descontos na tarifa, ou a energia incentivada, com estímulos do governo para expansão das matrizes renováveis, como a proveniente de biomassa, energia solar, eólica ou de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Após portaria do Ministério de Minas e Energia, o mercado de média e alta tensão também pode migrar para o mercado livre de energia. A Associação dos Comercializadores de Energia (Abraceel) espera que o mercado livre esteja disponível a todos os consumidores brasileiros até 2026, resultando em uma economia total na conta de energia elétrica estimada em cerca de 18%, considerando todo o país.
Como ocorreu a adesão da Casan ao mercado livre de energia
A adesão da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) no mercado livre de energia ocorreu em junho do ano passado, com dez unidades com migração finalizada.
Segundo a Casan, no caso de uma empresa de saneamento, por exemplo, o custo com energia elétrica representa 40% da sua despesa de produção. Dessa forma, participar de um leilão em viabilizar um preço mais competitivo traz mais eficiência operacional.
O objetivo da alteração na modalidade de compra é reduzir a principal despesa operacional da companhia, mas sem excluir a Celesc, seu principal fornecedor atual. A concessionária de energia catarinense também participa do pregão, mas ganha a concorrência se oferecer a melhor proposta.
A Casan esclarece que segue comprando energia da Celesc, que ainda é a principal fornecedora de energia elétrica da companhia. Com a economia gerada, a previsão da Casan é que novas unidades migrem para o ambiente de contratação livre a partir do ano que vem.
– As unidades consumidoras da Companhia atendidas em baixa tensão e as unidades atendidas em média tensão que ainda não migraram ao ambiente de contratação livre ainda possuem contratos de energia com a Celesc. A próxima etapa de migração está em estudo e a migração de novas unidades deve ocorrer a partir de 2024. Ainda está sendo montado o cronograma de migração das demais unidades, onde serão definidas as unidades atendidas e o cronograma de migração – informa Pedro Joel Horstmann, diretor de Operações e Expansão da Casan.
Nesta primeira etapa do projeto, as dez unidades com migração concluída estão localizadas nos municípios de Balneário Piçarras, Barra Velha, Chapecó, Florianópolis, Palhoça, Rio do Sul e São Miguel do Oeste.
Saiba mais sobre as ações da Casan para promover a eficiência das suas despesas operacionais, promovendo melhor custo-benefício em seus serviços oferecidos à população catarinense.
Leia também
Mentiras e Verdades relacionadas ao consumo de água
Fiscalização aponta 63% de edificações com irregularidades de esgoto sanitário em Floripa
Se chover, é melhor não tomar banho de mar no dia seguinte

Adicionar aos favoritos o Link permanente.