Florianópolis registra 37 surtos de mão-pé-boca em escolas da cidade

Florianópolis já teve 37 surtos de mão-pé-boca em 2023 até esta quinta-feira (11), segundo dados da Vigilância Epidemiológica da cidade. Do total de casos, 12 estão ativos no momento, ou seja, em 12 locais, todos escolas, as crianças ainda estão em fase de transmissão. Ao todo, 509 crianças já foram expostas à doença na cidade. 

A situação tem chamado atenção das autoridades sanitárias pelo Estado. Nesta quarta-feira (10), a SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina), reforçou as medidas contra a doença. Segundo a pasta, a doença é uma infecção transmissível causada por um enterovírus e é muito comum em crianças, especialmente nas menores de cinco anos.

Há 12 surtos ativos em Florianópolis nesta quinta-feira (11) – Foto: Reprodução/MDS/ND

A transmissão da doença ocorre através do contato direto ou indireto com fezes de pessoas contaminadas, por meio das gotículas espalhadas por tosse/espirros/saliva no ambiente e/ou objetos de uso compartilhado ou pelo consumo de alimentos contaminados ou mal cozidos. Outra forma de contágio é o contato direto com as lesões.

A SES alerta ainda que mesmo depois de recuperado, o paciente pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Dessa forma, a higiene das mãos deve se manter intensificada mesmo após melhora dos sintomas.

Sinais e sintomas

O período de incubação, que vai desde a transmissão do vírus até o aparecimento dos sintomas, é de 3 a 7 dias e manifesta-se com febre em torno de 38-39°C, embora alguns casos possam ocorrer sem febre.

É possível apresentar, também, falta de apetite, dor de garganta, dor de cabeça, pequenas úlceras dolorosas dentro da boca, na língua, na parte interna das bochechas e gengivas, além de erupção (bolhas) de cor acinzentada com base avermelhada na palma das mãos, dedos e na sola dos pés durante 7 a 10 dias.

Feridas aparecem também nos pés e nas mãos – Foto: Reprodução/MDS/ND

Na maioria das vezes não é preciso realizar exames complementares para diagnosticar a síndrome mão-pé-boca porque o quadro é bem típico e autolimitado, ou seja, melhora espontaneamente. O tratamento recomendado é sintomático e a orientação é para a criança aumentar o consumo de líquidos, repouso e alimentação leve.

De acordo com a médica epidemiologista e gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, é importante reforçar que os pais ou responsáveis não enviem seus filhos doentes para a escola, pois isso pode infectar ainda mais crianças.

Outras medidas de prevenção

– Lavar frequente e correta das mãos, especialmente após a troca de fraldas e de usar o banheiro (a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas);

– Limpar as superfícies e artigos incluindo brinquedos, primeiramente com água e sabão e então desinfetando com uma solução a base de alvejante com cloro/água sanitária (feita com uma colher de sopa do produto adicionada à 4 copos de água);

– Evitar o contato próximo (beijar, abraçar, dividir talheres e copos) com pessoas com a doença;

– Limitar a exposição das crianças doentes, mantendo as que apresentam sintomas afastadas da escola ou creche até o desaparecimento dos sintomas;

– Manter uma boa higiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados;

– Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas;

– Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos.

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