Alexandre de Moraes manda soltar Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liberdade provisória ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, na tarde desta quinta-feira (11).

Moraes manda soltar ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Moraes determinou que ele use tornozeleira eletrônica, tenha o porte de arma de fogo suspenso, não deixe o país e não use redes sociais. Além disso, Anderson Torres não pode ter contato com outros investigados no inquérito sobre o 8 de Janeiro e deve permanecer afastado do cargo de delegado da Polícia Federal.

Entre as obrigações impostas a Torres está comparecer todas as segundas-feiras à Vara de Execuções Penais do DF e ficar em casa à noite e nos fins de semana. Ele também está proibido de deixar a capital federal.

O ex-ministro foi preso em janeiro, assim que desembarcou no aeroporto de Brasília, vindo dos Estados Unidos, onde estava de férias com a família.

A suspeita é que ele tenha se omitido em relação aos atos extremistas de 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, na capital federal.

Torres está em uma cela especial no Bavop (Batalhão de Aviação Operacional), no mesmo terreno do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, Distrito Federal.

Segundo Moraes, os motivos para a detenção “cessaram” porque a prisão preventiva já alcançou a finalidade prevista, com a realização de novas diligências policiais.

“No atual momento, portanto, a manutenção da prisão não mais se revela adequada e proporcional, podendo ser eficazmente substituída por medidas alternativas”, afirma.

O advogado de Torres, Eumar Novacki, disse que “o maior interessado na apuração célere dos fatos é o próprio Anderson Torres”.

“Recebemos com serenidade e respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes de conceder liberdade ao doutor Anderson Torres. A defesa reitera sua confiança na Justiça e seu respeito irrestrito ao Supremo Tribunal Federal“, afirmou, em nota. Novacki.

Investigações

No primeiro depoimento à Polícia Federal, em 18 de janeiro, Anderson Torres permaneceu calado. Em 3 de fevereiro, ele aceitou depor e falou por cerca de dez horas sobre os atos de extremismo em Brasília e afirmou que houve “falha grave” na atuação da Polícia Militar do DF naquele dia.

Além da omissão em 8 de janeiro, Torres é alvo de uma investigação da Polícia Federal que apura se ele interferiu na PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante o segundo turno das eleições do ano passado. No depoimento prestado sobre o caso, o ex-ministro negou interferência no órgão durante o período eleitoral.

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