Trump cumpre promessa e deporta centenas de imigrantes na primeira semana do mandato

A Casa Branca informou, na noite de quinta-feira (23), que 538 “imigrantes irregulares” foram presos nos Estados Unidos e que “centenas” já foram deportados, em uma operação denominada como “a maior” da história. A medida começa apenas alguns dias após o início do segundo mandato de Donald Trump como presidente do país.

Donald Trump tomou posse na segunda-feira (20) e prometeu reprimir permanência de imigrantes irregulares nos Estados Unidos

Donald Trump tomou posse na segunda-feira (20) e prometeu reprimir permanência de imigrantes irregulares nos Estados Unidos – Foto: Jim Watson/AFP/ND

“A maior operação de deportação em massa da história está em andamento. Promessas feitas. Promessas cumpridas”, informou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, segundo a AFP (Agence France-Presse).

“O governo Trump prendeu 538 imigrantes irregulares criminosos” e “deportou centenas” deles “em aviões militares”, completou Leavitt. Durante campanha, Trump prometeu reprimir a imigração irregular e começou o segundo mandato com uma série de ações para impedir a entrada nos Estados Unidos.

O republicano demonizou os imigrantes irregulares durante a campanha eleitoral, descrevendo-os como “selvagens”, “animais” ou “criminosos”, e prometeu a maior deportação da história em um país onde cerca de 11 milhões de pessoas vivem em situação irregular.

A porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, disse nesta sexta-feira (24), em Genebra, que enquanto os países “têm o direito de exercer sua jurisdição em suas fronteiras internacionais”, devem lembrar que “o direito de buscar asilo é um direito humano universalmente reconhecido”.

Donald Trump durante cerimônia de posse como 47º Presidente dos Estados Unidos

Donald Trump durante cerimônia de posse como 47º Presidente dos Estados Unidos – Foto: Kenny Holston/The New York Times/POOL/AFP/ND

“Aterroriza ilegalmente a população”, diz prefeito norte-americano

Na quinta-feira (23), o prefeito de Newark, em Nova Jersey, Ras Baraka, denunciou que agentes do serviço de imigração “invadiram um estabelecimento local (…) detendo moradores e cidadãos sem documentos, sem apresentar uma ordem judicial”.

O prefeito disse que um dos presos com imigrantes irregulares é um veterano do Exército americano, uma ação que ele chamou de “ato atroz e uma violação flagrante” da Constituição dos Estados Unidos. “Newark não ficará parada enquanto sua população é aterrorizada ilegalmente”, acrescentou Baraka.

Trump anunciou, na terça-feira (21), que seu governo restabelecerá o programa “Remain in Mexico” (Fique no México, em tradução livre) — uma política que ele implementou em seu primeiro mandato (2017-2021) — que envolve requerentes de asilo esperando no lado mexicano da fronteira enquanto sua petição é processada.

Decretos de Donald Trump buscam reprimir o ingresso de estrangeiros nos Estados Unidos

Decretos de Donald Trump buscam reprimir o ingresso de estrangeiros nos Estados Unidos – Foto: Roberto Schmidt/AFP/ND

Entenda decretos de Trump contra imigrantes irregulares

Donald Trump cancelou um programa que o antecessor, Joe Biden, havia criado para fornecer vias legais para solicitantes de asilo que fugiam da violência e denunciavam perseguição política. Esta medida afeta muitas pessoas de países da América Central e do Sul. Trump também suspendeu até novo aviso todas as chegadas aos Estados Unidos de refugiados que solicitaram asilo, incluindo aqueles que o obtiveram.

Os decretos de Trump não são apenas sobre imigrantes irregulares, mas também incluem a restrição ao direito à cidadania por nascimento nos Estados Unidos, consagrado na 14ª Emenda da Constituição, adotada na segunda metade do século XIX. Um juiz federal em Seattle suspendeu temporariamente a ordem nessa quinta-feira.

No início desta semana, o Congresso de maioria republicana aprovou uma lei para prorrogar a prisão preventiva de estrangeiros irregulares suspeitos de crimes. Em sua retórica, Trump frequentemente usa a palavra “invasão” para se referir à entrada de migrantes sem visto nos Estados Unidos e os acusa de envenenar o “sangue” do país.

*Com informações da AFP.

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