O que é bombogênese, a ‘mãe das tempestades’, e por que o fenômeno climático é tão destrutivo

A maioria dos fenômenos meteorológicos ocorrem de maneira previsível, como as estações do ano e a formação de chuvas e furacões em certas épocas. No entanto, a bombogênese surge de forma repentina e intensa. Você já ouviu falar dela?

A bombogênese é um fenômeno meteorológico de grande impacto, cuja ocorrência está relacionada às dinâmicas atmosféricas e às mudanças climáticas globais – Foto: Canva/ND

Para quem não sabe, a bombogênese é um fenômeno meteorológico caracterizado por uma queda abrupta da pressão atmosférica. Ele pode desencadear tempestades intensas, acompanhadas por ventos fortes, chuvas torrenciais e, em alguns casos, nevascas extremas.

A bombogênese costuma ocorrer com mais frequência em regiões de latitudes médias e altas, como o Atlântico Norte, o Pacífico Noroeste e o Atlântico Sul. Ele impacta diretamente os padrões meteorológicos globais, podendo influenciar correntes de jato — fluxos de ar em alta altitude que regulam o clima do planeta.

Como se forma uma bombogênese?

Os ciclones se formam quando massas de ar quentes e frias interagem, criando uma diferença de pressão que impulsiona a circulação do ar. No caso da bombogênese, essa diferença se intensifica rapidamente, gerando uma tempestade poderosa em curto espaço de tempo. Porém, em alguns locais, como no hemisfério norte, esses ciclones giram no sentido anti-horário, enquanto no hemisfério sul, giram no sentido horário.

Um estudo realizado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, revela que a bombogênese está se tornando mais frequente devido ao aquecimento global. O aumento das temperaturas oceânicas intensifica a interação entre massas de ar, favorecendo a formação de ciclones explosivos.

O monitoramento e estudo são essenciais para antever os efeitos de uma bombogênese, para minimizar os danos causados por tempestades de grande intensidade – Foto: Imagem gerada por IA/ND

Impactos da bombogênese

As tempestades geradas pelo fenômeno geralmente causam danos significativos, incluindo:

• Ventos de alta velocidade que afetam infraestrutura e fornecimento de energia;
• Enchentes e deslizamentos de terra em regiões costeiras;
• Nevascas severas que impactam transportes e comunicações;
• Mudanças climáticas de longo prazo ao alterar padrões de circulação atmosférica.

Vale ressaltar que, conforme uma pesquisa publicada no Journal of Climate, esses eventos extremos podem se tornar mais comuns e severos, especialmente em regiões temperadas — áreas da Terra localizadas entre os trópicos e círculos polares, tanto no hemisfério norte quanto no sul. Sendo assim, os cientistas recomendam o monitoramento constante e medidas preventivas para minimizar os impactos em populações mais vulneráveis.

Esses eventos extremos podem se tornar mais comuns e severos, especialmente em regiões temperadas – Foto: Canva/ND