Como Florianópolis se tornou uma cidade segura hoje e os planos para o amanhã

Caminhar pelas ruas do Centro de Florianópolis com joias, usar o telefone celular a qualquer hora e lugar, permitir que seus filhos vão sozinhos à escola, shopping, praia ou academia… sem se preocupar. Para quem mora na Ilha ou Continente essas ações podem parecer simples atos confortáveis do cotidiano. Mas essa sensação de segurança é um privilégio, quando se trata de grandes cidades.

Andar pelas ruas do Centro de Florianópolis é uma atividade segura, mesmo diante à multidão – Foto: Leo Munhoz/ND

Na contramão dos populosos centros urbanos do País, mesmo com seu desenvolvimento, a Capital que abraça sua gente preserva excelentes índices no que se refere a segurança pública.

As reportagens do projeto Floripa 350 já mostraram que a segurança destas terras sempre foi uma preocupação, desde o tempo do Brasil Colônia, quando o brigadeiro José da Silva Paes passou por Desterro, planejou e construiu as fortalezas de Florianópolis.

A moderna Floripa do século 21 continua com a vocação de cuidar bem da sua gente. Com as forças de segurança pública em atenção e programas de desenvolvimento urbano e social, Florianópolis segue sendo a queridinha de quem busca um paraíso ecológico, uma cidade tecnológica, sustentável e segura.

Florianópolis tem bons índices de segurança pública

Para se ter uma ideia de como essa sensação de segurança que há entre os moradores da Capital é fidedigna, dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina no início de maio detalham que a cidade registrou seis ocorrências de crimes contra a vida no primeiro quadrimestre de 2023.

Num comparativo com Joinville, mais populosa cidade do Estado, o dado chama muito atenção. Por lá, de janeiro a abril, foram 23 assassinatos contabilizados pelas instituições de segurança pública.

Sobre esse aspecto, nos últimos anos, Florianópolis também tem se tornado mais segura. Entre janeiro e maio de 2020, foram 37 homicídios contabilizados na Capital. Já em 2021, foram 20 casos, e 16 ocorrências no mesmo período no ano passado.

Crimes virtuais como o estelionato são as principais ocorrências que têm sido registradas pela Polícia Civil em Florianópolis – Foto: Leo Munhoz/NDConforme dados da Polícia Civil, no passado, além do crime de homicídio, roubo e latrocínio eram os principais delitos que preocupavam as autoridades e a população. Na Floripa segura de hoje esses índices diminuíram muito.

“Atualmente o que nos chama mais atenção é o aumento dos crimes de estelionato, sobretudo os feitos de forma virtual, geralmente por criminosos de fora da cidade e estado. As investigações têm sido intensas, mas a comunidade também precisa ficar alerta para evitar de cair nestes golpes”, informa a delegada Michele Alves Correa Rebelo, diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis.

Dados dos crimes patrimoniais também chamam atenção. Em 2020 a Capital registrou 9.293 ocorrências de furto. Em 2021 foram 9.207 e no ano passado 12.809 casos deste tipo de delito, no qual não há violência física, diferentemente do roubo que diminuiu nos últimos três anos. Foram 1.186 em 2020, 1.120 em 2021, e 806 em 2022. Já o tráfico de drogas teve minimização de 1.139 ocorrências em 2020 para 785 no ano passado.

Florianópolis segura de hoje teve início no passado

Para o secretário municipal de Segurança e Ordem Pública de Florianópolis, coronel Araújo Gomes, esses índices positivos e a sensação de segurança que há entre os manezinhos é o resultado de uma série de ações que tiveram início no passado. Ele lembra que, entre os anos de 2000 e 2018, a segurança pública era um dilema na Capital.

“Naquela época, a segurança pública era a principal preocupação do florianopolitano. Estávamos em um cenário de crescimento da cidade com ocupações irregulares, aumento do consumo e, por consequência, tráfico de drogas. Em 2017, 2018, foram feitas uma série de médias dos órgãos de segurança, judiciário e Prefeitura para produzir um controle crescente sobre a criminalidade, e as ações das organizações criminosas na Capital”, explica Gomes.

O controle e a ocupação dos espaços públicos também são importantes, de acordo com o coronel. “As pessoas precisam ocupar a cidade e seus espaços. Para isso, são fundamentais programa sociais, fortalecimento das redes comunitárias de seguranças, investimentos em educação, cultura, esporte e ferramentas que proporcionem o desenvolvimento do cidadão”, destaca o secretário.

Segurança pública precisa ser trabalhada por todos

Três pontos são fundamentais para que as pessoas se sintam seguras em uma cidade, segundo o secretário. “A primeira é reduzir o número de ocorrências criminosas, principalmente homicídio, roubos, latrocínios – crime que praticamente zerou na Capital nos últimos anos. Se olhar jornais de 2016 e 2017 esses índices preocupavam muito. Conseguimos mudar essa realidade”, apresenta.

O segundo fator elencado pelo especialista em segurança é aumentar a confiança no aparato policial, isto é, o quanto a população confia na polícia. Nesse sentido, Araújo Gomes apresenta dados de uma pesquisa deste ano que elenca a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) como a instituição que recebeu a maior aprovação do País em relação ao policiamento ostensivo junto à sociedade.

“Os dados são da pesquisa inédita da Genial/Quaest, que colocou a PM de Santa Catarina com 74% de menções favoráveis na respectiva avaliação técnica e social”, apresenta.

Ainda de acordo com o coronel, isso leva ao terceiro ponto. “Confiando na polícia, com políticas públicas, praças e ruas policiadas, iluminadas, bons índices de desenvolvimento, emprego e renda das pessoas, a população perde o medo de ser vítima de crime. Isso reflete na qualidade de vida, a qualidade diferenciada de vida que Floripa oferece a nossa gente”, diz Gomes.

Parceria entre a comunidade e as forças de segurança é fundamental para o legado de uma Floripa segura

Se a Florianópolis segura de hoje, que atrai e conquista tanta gente, começou no passado, a Floripa segura do amanhã inicia agora. Na verdade, já começou há bastante tempo. É o que explica a diretora da Polícia Civil da Grande Florianópolis Michele Alves Correa Rebelo.

“A segurança pública é uma construção entre vários atores sociais. No que se refere à Polícia Civil, temos observado bons resultados na inibição da criminalidade. Trabalhamos com metas e aumentamos muito a produtividade e para entregar investigações de qualidade à sociedade, ao Ministério Público e Justiça”, enaltece a delegada Michele.

Delegada Michele Alves Correa Rebelo, diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis – Foto: Polícia Civil/Divulgação/ND

“A população é a nossa principal aliada”, reforça a profissional da segurança pública. “A participação da sociedade nas denúncias, nos testemunhos dos crimes é essencial. A segurança pública é um dever de todos, está no artigo 144 da Constituição Federal”, agrega a delegada Michele.

“A Florianópolis segura do amanhã é feita assim. Com o apoio da comunidade, fortalecimento e participação efetiva dos Conselhos Comunitários de Segurança, ações de desenvolvimento social para a população. O envolvimento da iniciativa privada no desenvolvimento das pessoas. Isso tudo é prevenção. É o que tem sido discutido na temática das smart cities”, assegura a gestora.

O secretário de Segurança e Ordem Pública de Florianópolis, coronel Araújo Gomes, completa:

“Tenho convicção de que onde não há segurança não há felicidade. Nosso desafio é seguir no desenho da cidade segura seja física ou na sua dinâmica, para que se crie cada vez as condições para que o crime não ocorra, que as pessoas confiem na polícia e não movimentem suas ações pelo medo. É preciso que para Florianópolis a segurança não seja apenas uma característica, mas um fator que agregue valores para a cidade, atraindo e retendo talentos e investimentos, gerando prosperidade e felicidade. É isso que a gente está construindo”, finaliza.

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